
Fly afirma que Gamers Club discute como colocar ligas no VRS
Além de plataforma matchmaking, a Gamers Club também opera o mais antigo circuito de ligas do competitivo brasileiro. Por mais que tenha sido o pilar do competitivo no início, a série de campeonatos perdeu relevância no decorrer dos anos. O fato ficou ainda mais evidente com os torneios não dando pontos para o Valve Regional Standings (VRS), o ranking oficial do CS2.
Em entrevista à Dust2 Brasil, o CEO Yuri "Fly" Uchiyama reconheceu a situação, que já levou times a deixarem o circuito de lado, e garantiu que a Gamers Club está discutindo mudanças que possam ser feitas para que as ligas deem pontos para o VRS.
"Temos vontade e queremos que as ligas estejam no ranking da Valve", pontuou.
A Gamers Club não assumiu o protagonismo na realização de campeonatos apenas por conta do circuito. Nos primeiros nove anos da plataforma, a empresa foi uma das maiores organizadoras de torneio (TO). De um tempo para cá, porém, a visão quanto ao competitivo mudou, com a companhia focando mais em parcerias com desenvolvedoras ou outras TOs, em vez de conduzir tudo sozinha.
"Como negócio, a Gamers Club tem focado nas lobbies, onde grande parte dos jogadores estão. Gostamos da parte competitiva, faz parte do nosso propósito, mas entendemos que o papel das ligas da Gamers Club é de fomento, e não para que uma pessoa se considere profissional e viva da renda das premiações que a liga pode entregar", explicou.
Ainda segundo Fly, grande parte da audiência brasileira prefere assistir campeonatos internacionais aos nacionais: "Ainda temos números interessantes no mercado brasileiro, tanto que continuamos com os campeonatos, mas tivemos que mudar a nossa estratégia, a nossa estrutura para que eles continuassem existindo."
Uma dessas mudanças foi a entrada em uma sociedade para a realização do CBCS. Segundo Fly, esses campeonatos passaram a representar os campeonatos profissional da empresa, enquanto o tradicional circuitou ficou com o papel de fomentar o cenário.
Apesar da mudança de estratégia e da reconfiguração no modelo de atuação no competitivo, a Gamers Club ainda enxerga nas ligas um papel essencial para a base do cenário. Para Fly, mais importante do que formar profissionais é ajudar a consolidar um ecossistema saudável, acessível e em constante evolução.
“O legado da Gamers Club para o Brasil, para a nossa região, é que a gente consiga ter colaborado para que um cenário de esportes que era amador se torne cada vez mais profissional. E que mais pessoas possam viver deste cenário e mais pessoas possam se divertir com ele. Esse é o legado que a gente quer deixar”, finalizou.