
Especialistas explicam diferenças entre investimento em skins e criptomoedas
Com o mercado de skins de CS2 ultrapassando a marca de US$ 4 bilhões, além de atrair curiosos de outros nichos dos ativos digitais, o fato fez crescer também as comparações entre o ecossistema da compra e venda dos cosméticos do FPS e o universo das criptomoedas. Gabriel "Lugin" Brianez e "Robert Baratheon", os especialistas que conversaram com a Dust2 Brasil, destacaram que ambos os mercados compartilham características centrais.
Segundo os especialistas, ambos os mercados operam de forma digital e reagem a fatores externos, como comportamento da comunidade e decisões que regem como esses universos funcionam. A volatilidade, a influência de tendências e o apelo visual ou simbólico também aproximam esses dois universos, ainda que de formas distintas.
No caso das skins do Counter-Strike, apontaram que o valor dos cosméticos está atrelado, principalmente, a características únicas das armas, como qualidade das armas; float; pattern e de que tipo de caixa foi dropada, além do apelo visual e da quantidade de exemplares presentes no mercado.
As criptomoedas, por outro lado, estão presentes em mercados mais voláteis e menos estáveis que as skins, especialmente pela influência de fatores externos. "Na compra e venda de skins não existe liquidez instantânea como nas criptos, mas também não vemos as mesmas quedas abruptas. A ausência de alavancagem e o trade lock ajudam a conter movimentos especulativos extremos", afirmou Robert Baratheon.
Lugin vê as skins funcionando como uma mistura entre stablecoins e NFTs: alguns itens são altamente negociáveis, outros têm valor exclusivamente simbólico ou histórico: "Tem skin que vende como se fosse Bitcoin, mas tem outras que são como uma Bored Ape: exclusivas, caras e difíceis de passar para frente".
Outra diferença entre os mercados está na forma de transação. As criptomoedas são baseadas em redes descentralizadas, enquanto as skins dependem da Steam, controlada da Valve. Isso significa que, no caso das skins, o investidor está sujeito não apenas às regras de mercado, mas também às decisões da desenvolvedora, o que pode se apresentar como um risco extra.
Ambos os especialistas apontaram momentos que decisões exclusivas da Valve mexeram com o mercado de ações. O mais emblemático aconteceu em 2018, quando a desenvolvedora implementou o trade lock. Isso fez com que preços de várias skins caíssem. Mais recentemente, a empresa alterou a forma como itens trocados são exibidos na Steam, reduzindo sua visibilidade por até dez dias. A mudança teve impacto limitado, mas reacendeu o debate sobre o nível de controle que a empresa exerce sobre um mercado bilionário.
Apesar das diferenças, Lugin e Roberth Baratheon concordam que o mercado de skins vem se consolidando como uma alternativa real para aqueles que se aventuram nos investimentos digitais. Além disso, apontam que, principalmente, o universo cripto ensina que não há retorno fácil, sendo necessário assim aprender como funciona o ecossistema, gestão de risco e ter bom senso já que ambos oferecem realmente legítimas oportunidades de valorização.
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