TACO em showmatch na IEM Rio

TACO: "Eu precisava cuidar do Epitácio e até desgostei do TACO"

Jogador falou do momento do cenário brasileiro e importância de equilibrar a carreira com a vida pessoal

Epitácio "TACO" de Melo compete há mais de duas décadas no competitivo de Counter-Strike e viveu diversas fases do cenário brasileiro. O veterano, que ainda segue com o desejo de competir, avaliou o momento atual do CS no Brasil.

"A gente passa por um período legal se olharmos o copo meio cheio, por termos várias equipes disputando lá fora. Na América, temos equipes fortes que estão ali disputando no topo, porém tem a realidade dos resultados, que não têm sido dos melhores e com certeza dá para ser melhor", disse TACO à Dust2 Brasil.

"Se analisarmos as equipes, os jogadores, creio que temos jogadores mais do que suficiente para ter o melhor time do mundo no futuro. Talvez não agora mesmo se montarmos a melhor line possível do Brasil, mas no futuro temos grande potencial para voltar a ser uma potência no CS. É um desafio gigantesco, são muitas camadas, muito para melhorar."

"De fora, consigo ver algumas coisas que se dizem respeito à gestão das organizações, que é algo que sinto que ainda falta no Brasil no sentido competitivo. Acho que podemos nos preocupar mais no quesito competição, ser mais interessado nesse ponto. Precisamos colocar os trilhos no lugar certo e ter o trem ali correndo, com a galera se dedicando também", opinou.

TACO discorda de quem acredita que falta dedicação por parte dos jogadores que estão ativos no cenário atualmente e diz que a geração atual dá o melhor de si. Questionado, o veterano deu mais detalhes sobre os problemas do CS nacional.

"Uma coisa que poderia ser melhorada seria uma mudança de foco, principalmente por parte das organizações. Seria muito importante se as organizações conseguissem balancear o foco no competitivo com o do engajamento. As duas coisas andam de mãos dadas, porém creio que o foco poderia ser maior na parte competitiva."

"Algumas já fazem um bom trabalho. O chay, por exemplo, entrou na Imperial e comentou que eles têm uma comissão técnica bem montada, então vejo que algumas organizações já se movimentam para entregar um negócio bom para os jogadores, para o cenário, porém não muitas (são assim) e poderia ser mais."

"As decisões tomadas não são muito boas competitivamente falando, em troca de jogadores, treinadores, etc. Vejo que as organizações precisam de mais pessoas que entendem de CS, do cenário brasileiro e que tenham história no jogo", seguiu TACO.

Ativo no competitivo, Gabriel "FalleN" Toledo rasgou elogios para TACO durante a ESL Pro League S20, quando o capitão da FURIA disse que o ex-companheiro de equipe levaria o CS brasileiro de volta ao topo. TACO agradece a fala, porém não tem essa preocupação em mente.

"Estou em um ponto da minha carreira que não busco mais provar algo para alguém. Minhas conquistas, meu currículo, histórico, já falam por si só. O que me move hoje é de estar jogando contra os melhores, estar num time bom. O CS muda muito, tenho essa consciência e sempre estive disposto a me adaptar."

"Fico feliz com os comentários do FalleN, porque vindo de quem vem torna ainda mais interessante, porém não é algo que estou criando expectativa. Não me acho salvador de nada", declarou.

Por mais que parte dos anos da carreira de TACO tenham sido vitoriosos, o jogador lembra momentos do passado somente com orgulho do que passou, principalmente por conta da sua vida pessoal.

"Cheguei em um ponto que eu precisava cuidar do Epitácio e até desgostei do TACO em certo momento. Tive esse distanciamento da parte pessoal, mas pude me humanizar bastante nesses últimos anos e voltar a ser o que eu era antes. Isso foi muito importante para mim. É muito complicado você fazer as coisas darem certo na parte profissional quando a pessoal está ruim."

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