brutt competindo no CBCS pela Imperial (Foto: Divulgação/Imperial)

Caso brutt: dono da Reapers é condenado a indenizar família

Ação por danos morais teve indenização de R$ 90 mil; família do jogador vai recorrer

Gabriel Siqueira Hentz, sócio da organização brasileira de esports Team Reapers, foi condenado nesta sexta-feira pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) a pagar uma indenização por danos morais à família de Matheus "brutt" Queiroz, ex-jogador profissional da equipe, que morreu em 2019 vítima de uma infecção do sistema nervoso central não identificada. O valor é de R$ 90 mil. Cabe recurso.

As informação também foi publicada pelo ge. A decisão da juíza Dra. Aparecida Maria de Santana divide o valor entre familiares do jogador: R$ 25 mil para a mãe, R$ 25 mil para o pai e R$ 20 mil para cada um dos dois irmãos de brutt. Como a Reapers não existe mais, a indenização terá de ser paga por Hentz.

Em contato com a Dust2 Brasil, Helio Tadeu Brogna Coelho Zwicker, representante da família, afirmou que entrará com recurso. O valor pedido originalmente é de R$ 460 mil.

"A esperada sentença de procedência sobreveio após longos quatro anos para o reconforto da família. Mas o valor indenizatório, entretanto, mostra-se aquém dos danos causados, por isso a família recorrerá da decisão para buscar a majoração do valor indenizatório", disse Zwicker.

O processo é um dos movidos pela família de brutt contra Reapers, organização que o jogador defendeu entre dezembro de 2018 e novembro de 2019. A primeira ação, que terminou em um acordo em 2021, pedia o reconhecimento do vínculo empregatício e o pagamento de valores que eram devidos ao jogador, como 13° salário e férias. Os valores já foram pagos.

Além da Reapers, a família também processa a Imperial, que brutt defendeu entre novembro e dezembro de 2019, data de sua morte. O processo trabalhista contra a Imperial está em curso e a organização teve R$ 250 mil bloqueados pela justiça em julho.

Morte de brutt

Com 19 anos, brutt morreu em 15 de dezembro de 2019 após permanecer internado por uma semana em um hospital no Rio de Janeiro. A causa da morte foi uma uma "infecção do sistema nervoso central não identificada". Na época, o jogador estava afastado do time titular da Imperial pois estava sofrendo com fortes dores de cabeça.

Cinco meses depois, a família de brutt moveu uma série de processos contra a Reapers e Imperial. Há ações contra as organizações nas áreas civil e trabalhista, além de um inquérito policial.

A Imperial foi condenada a pagar R$ 100 mil para cada um dos autores (os pais e dois irmãos), totalizando R$ 400 mil. A organização já teve mais de R$ 250 mil bloqueados de suas contas pela Justiça para o cumprimento do pagamento da indenização. Pelo valor não se tratar do total da sentença, a Imperial busca o parcelamento do restante.

Tanto Imperial quanto Reapers já assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) no Ministério Público do Trabalho em São Paulo (MPT-SP) se comprometendo a cumprir normas trabalhistas.

Os demais processos e o inquérito policial seguem em andamento.

Colaborou Gabriel Melo

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