Sem vaga para Ásia no mundial, Olga e GFi citam desânimo e injustiça
Olga Rodrigues e a capitã Ramona "GFi" Azween participaram de todos os mundiais femininos da ESL Impact desde que a brasileira deixou a FURIA rumo à HSG. No entanto, as jogadoras vão perder a próxima edição por não ter chances de participar dela, já que a organizadora redistribuiu as vagas e não incluiu a Ásia entre as regiões elegíveis a jogar o torneio.
Em contato com a Dust2 Brasil, GFi falou da sensação de não ter chances de disputar a próxima etapa do mundial e como isso afeta na rotina diária, porém citou a importância de superar as adversidades.
"Tem sido uma queda de emoções para mim e para toda a Ásia, mas para nós da HSG não temos chances a não ser continuar recebendo esses obstáculos da maneira mais positiva possível e transformá-los em uma espécie de força junto de esperança que terá uma solução para sermos campeãs mudiais algum dia. Sempre trabalhamos bem nos nossos dias mais escuros, é assim que mantemos um feixo de luz de esperança para a Ásia", disse a capitã.
"Toda jogadora seria afetada por essa decisão, mas a nível competitivo é devastador. ESL Impact se tornou uma plataforma para profissionais mostrarem seu talento e trabalho duro, além de histórias de todo o mundo. Essa decisão não é somente um retrocesso para onde venho, porém também tornou a competição mais pobre já que é um torneio mundial", seguiu GFi.
Na última edição, a HSG perdeu para na estreia para a Imperial, mas se recuperou ao vencer a europeia BIG EQUIPA e a norte-americana FlyQuest RED para se classificar aos playoffs. Na semifinal, a equipe perdeu para a também europeia Let Her Cook.
Para GFi, o fato de saber que aquele seria o último mundial da ESL Impact que a equipe poderia disputar pressionou o time, porém a capitã, nascida na Malásia, diz que as jogadoras asiáticas estão acostumadas com isso.
"De onde venho a pressão sempre está lá, é como se precisássemos correr enquanto comemos e não podemos deixar a comida cair. Tudo precisa ser planejado com antecedência, todo resultado tem grande efeito sore toda a região, não somente no nosso time."
"Sempre tem essa pressão gigantesca não somente para ir melhor, mas até para ser aceita como jogadora profissional de CS na região. Porém, é a vida, no fim do dia você pode ir muito bem e as coisas continuarem iguais, ou você pode ir muito mal e ainda assim ser afortunado, por algum motivo, com algo que te ajude. Só podemos esperar o melhor e é o que fazemos", finalizou GFi.
Fora do primeiro mundial
Enquanto GFi está acostumada com os obstáculos, estes problemas são novos para Olga. A brasileira, que esteve presente em todos os internacioanis da ESL Impact até o momento - antes pela FURIA e mais recentemente com a HSG -, vê a decisão como uma injustiça e explicou os torneios que o time disputa na Ásia.
"A Ásia, assim como qualquer outra região, por mais que venha sofrendo com baixa de campeonatos inclusivos/femininos, ainda tem muito torneio a se jogar. A plataforma da PWA (Perfect World Asia) tem campeonatos semanais com premiações maiores que Cash Cup por exemplo."
"Claro que não ter a vaga é um sentimento triste pois é injusto com a gente levando em conta nossas performances na Impact, porém o importante é enxergar o copo meio cheio do que meio vazio. Nossa região será a única que continuará com open qualify para o Major, então ainda temos um mundial para tentar se classificar", seguiu Olga.
Eleita a segunda melhor jogadora do mundo em 2022, Olga sabe que desperta interesse de equipes de todas as regiões no cenário feminino. Ela falou da possibilidade de voltar ao Brasil e citou os pontos que fizeram com que ela seguisse na Ásia mesmo sem vaga na Impact Finals S6.
"Com certeza, passou na minha cabeça (voltar ao Brasil). Eu fui consultadas tanto por times do Brasil quanto equipes de fora também."
"Tenho um contrato muito bom na HSG, com salário, contas pagas, assistência médica suporte e estrutura para poder treinar e um time que vem evoluindo frequentemente. A região, sim, não vou mentir, carece de muitos times a nível profissional, o que afeta nos treinos, porém a HSG vem oferecendo bootcamp pré mundial para entendermos melhor o meta do jogo fora da Ásia", adicionou.
Rumo à 2025, Olga segue esperançosa de que a Ásia pode voltar a ter uma vaga no próximo mundial da ESL Impact - algo que ainda não foi anunciado pela organizadora. A brasileira quer voltar aos palcos internacionais para realizar o sonho do troféu depois de bater na trave três vezes com a FURIA em 2022.
"Não tenho ideia (se teremos vaga), mas sigo com esperanças sim. Esse cenário é muito imprevisível, não temos nem certeza de que teremos a Impact no ano que vem. Porém, se tiver e continuarem com o mesmo formato, melhor tirarm o #GGForAll e promover com uma liga que contempla apenas Europa e América. (Vencer um mundial) sempre foi e continuará sendo meu principal objetivo como jogadora", finalizou Olga.