Novo presidente aponta auditorias no GET Rio e foco da CBGE "na base" do esport
Entender o que aconteceu no Global Esports Tour (GET) Rio 2024 é um dos objetivos da nova gestão da Confederação Brasileira de Games e Esports (CBGE), mas não o único. Na primeira entrevista como presidente da entidade, Leonardo Fontes afirmou à Dust2 Brasil que também estão no foco fomentar a base do esport nacional e dialogar com todos os players do mercado.
Será a partir de auditorias que a nova gestão da CBGE terá o entendimento pleno do GET Rio. Fontes informou que uma interna já foi iniciada, com a promessa de resultados sendo apresentados em 45 dias, e que liderará um movimento para também seja realizada uma auditoria externa.
"Hoje encaramos como um desafio tudo o que aconteceu no GET Rio, o que nos levou a começar a gestão de antenas ligadas para poder entender minuciosamente tudo o que aconteceu. Vamos cobrar o que for necessário da gestão passada, mas não deixando de esquecer o que precisamos fazer daqui para frente".
E o daqui para frente da CBGE é também limpar a imagem das confederações de esports perante à comunidade.
"Será um trabalho para desconstruir essa imagem, até porque a CBGE não está aqui para 'regulamentar' o segmento, mas sim para potencializar, fazer crescer os esports e realizar o trabalho como deve ser feito", afirmou.
Fontes garantiu que convidará os principais players do mercado, sejam eles organizadores de eventos, equipes e até desenvolvedoras, para discutir os esports no país.
"A nossa gestão é para todos e é óbvio que os principais players têm grandes responsabilidades. É por isso que vamos falar com eles porque reconhecemos a importância deles para potencializarmos o ecossistema como um todo, tanto o topo da pirâmide, como a base", explicou.
A base do esport é de suma importância, na visão do novo presidente da CBGE, porque é ela que sustenta todo o setor.
"Para mim é muito importante essa parte da formação a fim de aumentar o número de gamers dentro do Brasil. É um trabalho que precisa ser feito com muito carinho porque nem todo mundo tem acesso a educação, aos espaços dos eventos e aos próprios campeonatos, além de equipamentos e tecnologia necessárias. A base precisa existir", destacou
"Vamos ajudar na estruturação das federações existentes, acolher novas que estão querendo participar da confederação, e trabalhar no desenvolvimento de campeonatos desde os locais a nacionais", completou.
O novo presidente afirmou que existe uma grande vontade por parte da confederação de fazer um grande "Brasileirão" presencial no fim do ano.
"Queremos levar, dentre todas as modalidades com as quais queremos trabalhar, pelo menos quatro finalistas para que participem desta etapa final", explicou.
Confira outros trechos da entrevista:
Como surgiu a oportunidade de entrar para a CBGE?
"Fui convidado para dar um suporte na CBGE logo após o GET Rio e a renúncia do ex-presidente Paulo Ribas. A minha entrada foi justamente para poder unificar e dar um pouco mais de atenção à informação e finalizar o GET Rio, vamos falar assim, em termos administrativos da melhor maneira possível. Daí o trabalho foi desenvolvido".
Quem te convidou para concorrer à presidência da CBGE?
"Foi um coletivo com a presença de presidentes das federações, mas também com um trabalho do então presidente interino e outros diretores da CBGE, visto que era necessário, vamos falar assim, um novo sangue, uma nova gestão. Fora o que eu já estava apresentando como 'solucionador de problemas' na posição de diretor de operações acabou me colocando dentro de uma situação que gerou esse convite e acabei aceitando por questão de oportunidade para fazer a diferença"
O que já fez nos esports?
"Já vinha trabalhando com esports no Nordeste, em Recife principalmente, com a BASE, empreendendo. Comecei como um consumidor, entusiasta e passei a empreender em várias frentes, como agenciamento de carreira, marketing de influência, o próprio complexo gamer e a liderar a divisão de esport do Sport Recife."
"A criação da BASE me posicionou bem no mercado, o qual estudei bastante. O complexo gamer não atende somente o Norte e o Nordeste, mas se posiciona como uma empresa de nível nacional e até mesmo internacional com o projeto BLESTI, um campeonato como 'releitura' da BLAST e que contou com a participação dos academy das principais organizações como 9z, paiN e MIBR".
E fora dos esports?
"Já ocupei cargo de gestão em diversas empresas, como construtora e as do segmento de evento, quando cheguei a ser executivo na Copa das Confederações, Copa do Mundo e nas Olimpíadas e isso me trouxe muita bagagem, confirmação e chancela no meu envolvimento com o cenário de eventos, que é um caminho que te prepara para muita coisa, principalmente em tomadas de decisão."
O que fará para evitar conflito de interesse?
"Era esperado esse questionamento. É natural que algumas mudanças aconteçam na minha rotina profissional e na minha responsabilidade. Tenho muito zelo com qualquer opinião de que estou sendo beneficiado ou beneficiando algum projeto que eu faça parte. Então, já iniciei um processo de afastamento como CEO da divisão de esports do Sport. É um projeto licenciado pela minha empresa, assim como a BASE, então, por isso, vou assumir uma função mais de conselheiro, participando do board em vez de estar tocando a operação diretamente."