steel: "Não quero mais competir, mas jogar CS ainda é divertido para mim"
Assim como Gabriel "FalleN" Toledo, Lucas "steel" Lopes poderia ser um dos poucos do competitivo de CS2 tendo jogado também as versões pré-CS:GO. Poderia porque, em entrevista exclusiva à Dust2 Brasil, o vice-campeão mundial afirmou que não vai mais competir e que se dedicará a partir de agora as streams e criação de conteúdo.
"Do competitivo eu me aposentei de fato. Não tenho mais a intenção de seguir no competitivo, a não ser que seja de alguma maneira que me permita criar algum tipo de conteúdo como estou fazendo com A FUNDAÇÃO. Mas voltar de verdade, hardcore, de treinar diariamente, isso eu já não tenho mais a intenção", garantiu.
steel explicou que o sentimento que o levou a parar de jogar surgiu na pandemia, época que o cenário do Counter-Strike migrou completamente para o online, e cresceu com a frustração de não conseguir voltar mais aos campeonatos tier 1.
"Eu fui perdendo bastante a vontade de competir. O CS parou, o competitivo parou de ser divertido para mim, como era naquela época da Immortals, da Liquid, que íamos para vários campeonatos em LAN e eu jogava vários campeonatos do tier 1. Depois que perdi isso, que eu não conseguia mais voltar para esse patamar, deixou de ser tão legal como costumava ser. Eu tentei por bastante tempo e ainda continuei tentando, mas chegou em um momento que realmente vi que não estava sendo legal. Era muita frustração, muito sentimento ruim e por isso decidi focar nas minhas lives", explicou.
"Eu não quero mais competir, mas jogar CS ainda é muito divertido para mim", afirmou steel.
Ainda sobre a frustração de não conseguir voltar ao tier 1 mundial, steel apontou que o pior momento foi no período em que defendeu a Case: "Só jogando campeonato online, não conseguia bons resultados, não conseguimos jogar muito na LAN. Não somente por causa dos resultados, mas também porque não tinha mais campeonato em LAN. Estava muito difícil. Foi a gota d'água mesmo".
Satisfeito com a própria carreira
steel compete desde 2009, começando no CS: Source e sendo um dos primeiros a migrar para o Global Offensive. Pensando como competidor, o veterano respondeu que os jogadores sempre querem mais, quando questionado sobre como avaliava a própria carreira.
"Eu acho que tive uma carreira incrível. Consegui feitos incríveis e, pelo menos, estou super satisfeito com a minha carreira. Só que sempre vou ter o gosto de que eu poderia ter feito muito mais. Isso eu não tenho dúvida", disse.
E o próprio nome, está marcado no CS? "Na minha opinião, sim. Chegar na final do Major é incrível. Aquela temporada de 2017 com SK e Immortals. Na minha opinião o CS nacional ficou marcado por esses dois times. Eu também fui o primeiro jogador a jogar em um time internacional e um dos poucos que jogou na Europa. Sinto que deixei meu nome na história do Counter-Strike brasileiro", opinou.
Nem li, nem lerei
Por mais que tenha disputado uma final de Major com a Immortals e tenha feito boas campanhas por Team Liquid e Movistar Riders, steel foi alvo de inúmeras críticas nas redes sociais, principalmente, no período em que defendeu a Case. Mas, com tranquilidade, o veterano afirmou que esses comentários não chegaram a ele.
"Durante a minha carreira eu aprendi a lidar bastante com isso. Eu uso pouco as redes sociais e não sou um cara 'ego search', de ficar lendo os comentários, esse tipo de coisa. Não chegava em mim e também não me atingia muito. O que mais me atingia era eu mesmo. Isso me pegava de jeito", afirmou.
Se arrependimento matasse
E steel, como qualquer pessoa, também tem arrependimentos. Um deles foi a forma como saiu e como acabou a Immortals que disputou a grande final do PGL Major Kraków 2017. Foi nessa equipe, inclusive, que o veterano sente que atingiu o próprio auge.
"O Immortals depois do Major acabou basicamente. Jogamos mais um ou dois campeonatos e o time desmoronou. Junto isso com a proposta da Liquid, que era um dos melhores times da América do Norte, uma potência mundial, e eu pensei: 'Pô, estou em um time que está desmontando, mas com uma proposta que é incrível'. Então, foi o útil ao agradável, um timing muito bom e uma oportunidade que eu não poderia perder", afirmou.
Segundo steel, uma briga interna foi o que levou o fim da Immortals: "Teve um momento que rolou uma 'briga interna' e o time separou. Ficou eu, boltz e zakk de um lado, os gêmeos e o kNg do outro. Foi basicamente isso o que aconteceu. Por conta de uma treta interna o time se separou. Não deu nem para vermos qual seria o full potencial da Immortals, onde a equipe iria chegar. Nós não tínhamos problema nenhum dentro do game", relembrou.
Seleção do steel?
Está se tornando corriqueiro mundialmente grandes streamers formarem os próprios times para disputarem seletivas de grandes campeonatos, como é o caso da Seleção do BT de Fillipe "bt0" Moreno. Uma "Seleça do steel" não é descartada pelo agora criador de conteúdo, conforme contou.
"É possível sim. Sabemos que uma possível classificação seria muito difícil, mas quem sabe no futuro eu possa fazer a minha 'Seleça', algum 'fake' para jogar um pouco mais sério, realmente mostrando como são as coisas, dando uma estrutura em algum time. No momento não aconteceria porque qualquer coisa que me puxe para o lado hardcore do competitivo estou fora, mas mais pra frente quem sabe? Eu acho que é um conteúdo legal que talvez eu venha a fazer, sim", afirmou.