Momento da Sharks surpreendeu até o time, diz Gafolo
Com aproveitamento de 75% e três finais seguidas, a Sharks é o time do momento no cenário brasileiro. A boa fase dos Tubarões não só surpreenderam a comunidade, como os próprios integrantes do time. Foi o que contou Victor "Gafolo" Andrade em entrevista à Dust2 Brasil.
Gafolo explicou que ele e os companheiros não esperavam o sucesso imediato após a adição de Danilo "doc" Barros.
"Nos surpreendemos um pouco, sim, porque viemos de uma mudança recente e o CS demanda tempo para adaptação de novos jogadores. Fora que o doc tem características diferentes do chay e esperávamos um processo de adaptação mais longo, para ser sincero", contou o jogador.
Apesar da surpresa, Gafolo entende que os elogios dados à Sharks são merecidos.
"A gente vem trabalhando muito e somos um time muito unido. Estamos botando muitas horas de treino e preparação. Então são merecidos, com certeza", disse.
Na opinião do awper o que pode ter ajudado na rápida ascensão da Sharks foram as três semanas que o time ficou sem campeonatos, utilizados de forma cirúrgica para a adaptação de doc ao time e dos jogadores ao reforço, o qual Gafolo classificou como diferente de Richard "chay" Seidy.
Gafolo também destacou a importância da Sharks ter ficado "fora da mídia" no início da ascensão "porque tirou a pressão extra de rede social, que pode atrapalhar um pouco os jogadores, querendo ou não. Gostamos de ficar fora dos holofotes".
E esse é o melhor momento da equipe? Gafolo não sabe dizer se o time chegou no ápice, mas apontou que trata-se do "momento que o time está mais evoluindo".
"Sabemos o que precisamos corrigir e estamos trabalhando nisso. Não estamos perdido. Sabemos o que estamos precisando fazer e quais são os nossos defeitos. Estamos no caminho certo", completou.
Na opinião do awper, tempo é o que falta para a Sharks alcançar o ápice, e relembrou o fato do time ter feito uma importante mudança há dois meses. "E também um pouco mais de experiência", afirmou ao começar a analisar os vice-campeonatos dos Tubarões nos CCT South Americas Series 8, Series 9 e TG Masters Fall.
"Na primeira, contra 9z, tivemos o momento no primeiro mapa, mas deixamos escapar. Já no segundo mapa, faltou nós mesmos. Contra a Paquetá e 00NATION foi no dia que jogamos um monte de md3 e faltou um pouco mais de experiência", avaliou.
Questionado se a maratona atrapalhou o rendimento, Gafolo disse que um pouco.
"Mas vínhamos nos preparando para esse dia. Sabíamos que esse dia ia acontecer. Só não conseguimos. Se fôssemos um pouco mais experientes em line, seria melhor. Faltou tempo de line", disse.
CBCS Masters
Outro campeonato que a Sharks está na briga pelo título, e é considerada uma das favoritas por conta do bom momento que vive, é o CBCS Masters. O time começou com derrota para O PLANO, mas se recuperou e cravou a classificação para os playoffs.
Para Gafolo, a derrota na estreia aconteceu porque o time entrou na md3 "no automático. Não estávamos com cabeça para ganhar dO PLANO. Não jogamos com a Sharks". E de acordo com o awper o revés ligou o sinal de alerta e foi determinante para o crescimento da equipe nas séries seguintes: "Depois da derrota conversamos bastante sobre o que erramos e o que poderíamos ter feito. Entramos com outra mentalidades nas md3 seguintes".
O adversário da Sharks pela vaga na grande final será a BESTIA, equipe na qual estão nomes que Gafolo conhece bem da época de Isurus: "Eu respeito muito eles. O Noktse, o deco e o pino são muito trabalhadores e dão muita vida no jogo". Sobre as características do oponente que os Tubarões precisam tomar cuidado, o awper citou a agressividade e o poder de reação dos argentinos. "Temos que ficar atentos", destacou.
E o que significaria o título do CBCS Masters para a Sharks diante do atual momento? Para Gafolo a conquista iria ajudar na reputação do time porque "o CBCS Masters é um campeonato que todo mundo almeja ganhar sempre".
Temporada para se consolidar
Apesar de já ter outras organizações de peso no currículo, como Isurus e Paquetá, Gafolo ainda é jovem e um jogador que tem três anos de carreira. Analisando a trajetória no Counter-Strike, o awper disse que teve bastante altos e baixo, principalmente na temporada passada.
"Eu evolui bastante na SWS, mas eu também estava acomodado. Quando fui para uma equipe diferente tomei um choque de realidade e 2022 foi difícil porque eu não consegui performar muito bem. Porém, foi bom porque eu consegui me adaptar bastante e entender o que eu precisava fazer dentro do servidor", avaliou.
Quanto a 2023, Gafolo admitiu que vem sendo o melhor momento na carreira e também no qual está mais evoluindo. "Em 2021 e 2022 me senti um pouco estagnado. Agora não, estou em constante evolução".
Gafolo é um dos poucos jogadores brasileiros que tem um "verbo" para chamar de seu: o "gafolar". E sempre quando o awper elimina os adversários é costume os casters brincarem que os oponentes foram "gafolados". O jovem gosta da brincadeira porque mostra "que o pessoal está torcendo por mim e isso me dá muita força para continuar".