dgt sobre europeus: "É como colocar um time uruguaio para enfrentar o Liverpool"
Não é de hoje que a 9z incomoda. A equipe formada por jogadores de Argentina, Uruguai e Chile já vem, desde o ano passado, conseguindo abocanhar algumas vagas em eventos internacionais, que antes eram sempre dos times brasileiros. Franco "dgt" Garcia explica, ou tenta explicar, o motivo.
"Acho que nós somos um time. Não somos só um grupo que se junta e joga, somos um grupo de amigos, então conseguimos falar tudo entre nós, e isso, dentro do servidor, quando se joga por uma vaga, que é o mais importante aqui no Brasil, não nos deixa nervosos", disse em entrevista à Dust2 Brasil direto da IEM Rio.
"Nós sabemos que temos pessoas que gostam de jogar lado a lado. Isso, quando você entra no servidor, faz um pouco da diferença. Como falei, nós treinamos muito, jogando muito no individual, então não sei o que é (que faz o time ganhar os qualificatórios), acho que somos um time e que estamos dedicando muito de nossa vidas para ganhar", completou.
Ao mesmo tempo que consegue as vagas, o time sofre para ter resultados satisfatórios nos campeonatos internacionais. dgt explica que as dificuldades de conseguir bons treinos atrapalham a evolução do time.
"Fizemos duas semanas (de bootcamp) no começo do ano, mas já estamos em abril, e não conseguimos nem treinar contra os melhores times do Brasil, como por exemplo o Fluxo, porque eles jogam contra nós nos campeonatos", explicou dgt.
"Temos que treinar contra o tier 3 do Brasil, e depois enfrentar a FaZe. É totalmente diferente. Não é o mesmo você treinar contra os melhores do mundo todo dia, e depois enfrentá-los no campeonato do que não ter bons treinos e depois jogar contra a FaZe. Eles estão competindo para ganhar esses campeonatos e nós nem treinamos com times assim. É muito, muito difícil", afirmou.
O uruguaio só enxerga um passo para que o time finalmente consiga dar um salto e apresentar resultados melhores nesses campeonatos que se acostumou a enfrentar: se mudar para a Europa.
"Eu acho que o principal (fator para o time mudar de patamar) é ir para a Europa. Sem dúvidas, não tem outra coisa", disse.
"É como colocar um time do Uruguai para jogar contra o Liverpool. Se você não joga todo o dia contra eles… nós podemos surpreender, já surpreendemos algumas vezes, ganhando da Vitality, FURIA, Entropiq, vários times", continuou.
"Mas, para sermos regulares, precisamos ir para a Europa, treinar todos os dias contra esses times, mudarmos nossas vidas. Até lá, vai ser quase impossível que nós consigamos chegar na FaZe e vencê-los, ou competir para ganhar um campeonato tier 1", completou o jogador.
Mouse quebrado
Na estreia da IEM Rio, a 9z não conseguiu se impor contra a FaZe e acabou derrotada por 16-3 na Overpass. dgt destaca que, além das dificuldades dentro do servidor, também sofreu com um problema técnico.
"Foi duro. Meu mouse quebrou antes do jogo, o clique estava funcionando mal. O max foi plantar, ele estava usando o meu mouse, e não plantou, aí ele morreu. Era um round no 4-1, nos colocaria um pouco para o jogo. Eles são muito bons, não deu certo", explicou.
"Acho que em duas semanas quebrei três mouses. Aí já não sei o que fazer, sabe? Eles jogaram muito bem, não é desculpa, eles são muito bons, jogaram muito melhor do que nós", afirmou.
Agora, o time terá mais um adversário europeu, a Fnatic, em jogo marcado para às 11h desta terça-feira. Para dgt, o time tme condições de conseguir a vitória, mas precisa de confiança e tranquilidade - e de um mouse funcional.
"Primeiro, (precisamos arrumar) o mouse (risos), depois temos que entrar confiantes, tendo na cabeça que podemos vencê-los. Hoje tomamos 16-3, mas amanhã dá para ganhar, estou confiante no time. Como é a primeira vez na LAN no ano, você já pega uma experiência e amanhã volta com mais tranquilidade. Dá para ganhar", finalizou.