arT, da FURIA, durante o RMR Americas

arT: "Não temos a vaidade de sermos o melhor do time do Brasil, isso não faz diferença"

Jogador admite que pressão poderia ter afetado FURIA, diz que time conhece potencial e fala sobre topo do Brasil

Quando se classificou para o sexto Major consecutivo, Andrei "arT" Piovezan sentiu um misto de alívio e de felicidade. Pressionado pelos resultados recentes da FURIA, o capitão destacou que, mesmo com a vaga, ainda sente que tem trabalho a fazer.

"É uma mistura dos dois, não tem algo que está mais forte em mim. Eu ainda não senti que terminamos o campeonato, porque tem o confronto pelo Legends e é muito importante para nós também. Ainda estou num sentimento que não acabou, preciso jogar e tentar vencer esse Legends", disse arT em entrevista à Dust2 Brasil.

O capitão disse que, antes do campeonato, não ficou pensando nas consequências de uma não classificação, mas admitiu ter pensado que a pressão poderia afetar a confiança do time.

"Eu não penso muito à frente, encaro cada partida como única. Fica um sentimento de insegurança, porque sei o quão a confiança é importante no CS. Quando você sente a pressão externa de torcida, de mídia, tão pré-campeonato, dois dias antes... tive receio de que não conseguíssemos performar, porque a pressão externa é grande e acaba afetando o jogador", disse.

"Eu tinha esse receio e queria muito que tivéssemos um bom começo para buscarmos um pouco de confiança, nos sentirmos mais confortáveis no server para podermos desempenhar (bem)", completou.

arT também afirmou que o resultado não traz, necessariamente, alívio para a FURIA. O capitão diz que a torcida e os próprios jogadores se sentem no dever de vencer em competições como essa.

"Quando você se coloca numa situação onde não é mais o underdog, você acaba tendo a obrigação de ganhar. Esse é o sentimento da torcida e o sentimento que temos também", afirmou.

"Nos colocamos numa situação que temos que ganhar, e, quando você ganha, acaba que não tem nenhum alívio da parte da torcida e nem da nossa. É apenas o trabalho que temos que fazer. Sinto que, com as mudanças que fizemos internamente, demos uma balanceada", contou o jogador.

arT destaca que a FURIA, mesmo com a pressão vindo de fora, sabe exatamente onde está e tem plena noção do que pode fazer.

"Sabemos do nosso potencial. Estamos treinando sempre, sabemos que momento estamos e em que pé estamos. Geralmente, são coisas externas que nos afetam, e aquela falta de confiança é o que pesa bastante no time", explicou.

"Temos altos e baixos, e quando estamos no baixo e a confiança pesa, ela desestrutura bastante o time. Vai de torneio para torneio, mas sempre tentamos manter o nosso nível o mais alto possível", contou.

"Sentimos muitas coisas para melhorar e temos que buscar ser a FURIA novamente dentro do servidor. Temos coisas mudando internamente, temos que buscar essa imagem novamente, para nossa postura no server ser uma só", completou o jogador.

Um time linear

A FURIA participa regularmente de Majors desde 2019, e evoluiu gradualmente neles até conseguir chegar à semifinal no IEM Rio Major. E, em Paris, o próximo passo será dado? arT brinca.

"Estamos numa crescente em Majors que é linear. Chegamos nas quartas de finais duas vezes, pegamos a semifinal agora, então a lógica é que peguemos uma final pelo menos (risos)", disse.

"Vamos tentar ganhar esse Major, é o que todo mundo precisa agora, para tirar essa zica da gente. Performamos um pouco abaixo do esperado em situações que não deveríamos, e acho que com o tempo estaremos muito melhores nessas situações e as partidas que jogamos provam isso. Precisamos buscar ser os melhores possíveis dentro do servidor e, no final das contas, o que importa é jogar um CS certo, bom, e estarmos juntos, como um time, para poder ganhar", disse.

Não faz diferença

O domingo marcará para FURIA um momento simbólico. Além da vaga no Legends do BLAST.tv Paris Major, o duelo contra a paiN também pode sinalizar uma ameaça ao trono de melhor time do Brasil ocupado pela FURIA há anos. arT, porém, não se importa com isso.

"Isso não passa pela nossa cabeça, não temos vaidade de sermos o melhor time do Brasil. Na real, isso não faz diferença", cravou.

"O que queremos é ganhar campeonatos, buscar jogar o melhor possível, é o que vai acontecer. Queremos o Legends, independente do oponente. Não penso diferente porque é a paiN, se fosse a Complexity, a Imperial, o jogo é o mesmo. Queremos o Legends e batalharemos por isso", finalizou.

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