Quem é RiVAS, ex-g3x e centro de polêmica no RMR
O conturbado primeiro dia de RMR Americas colocou nos holofotes Bruno "RiVAS" Rivetti, desconhecido para os fãs mais jovens. Aos 35 anos, o veterano, agora proibido de comandar a Paquetá, fez parte do cenário embrionário de Counter-Strike no Brasil, vestindo a camisa de times como GameCrashers e g3nerationX.
Em entrevista à Dust2 Brasil, o treinador disse que iniciou a carreira em 2002, atuando por uma equipe treinada por Alessandro "Apoka" Marcucci.
"Eu tinha 15 anos e eu comecei a jogar CS, acabei jogando com o chucky, que hoje é o coach da 00Nation. Jogamos em um time chamado Crazy, que o Apoka era o coach", disse RiVAS.
"Na Crazy, o patrocínio era poder jogar e treinar de graça em uma LAN. Foi quando as coisas começaram a mudar. Era um time que tinha uma estrutura, já pagavam algumas coisas", contou.
Depois da Crazy, RiVAS se transferiu para o GameCrashers, um dos times mais tradicionais da época.
"Foi quando nós começamos a ganhar tudo, mas era maluquice. A gente saia da escola e ia para uma lan house, treinava por oito horas e na sexta-feira a gente fazia um bootcamp. Antigamente, você ganhava campeonato para poder comer um rodízio, não era nada muito grande. Na época tinham três times apenas que pagavam salário, que eram G3X, Adrena e MIBR", contou.
A carreira de RiVAS foi brevemente interrompida quando ele deixou o GC para se mudar com a família para a Europa. O então jovem jogador acabou tendo um problema com o passaporte e permaneceu no Brasil.
"Voltei para jogar no Army5. O Apoka era o coach do g3x, mas ele ajudou a montar o time. Éramos eu, Chapeca, fnx, BarT, que é irmão do fnx, e acho que o zews", contou.
Depois, em meio ao início da derrocada do Counter-Strike 1.6 no Brasil, RiVAS jogou Counter-Strike: Source com a g3nerationX na Championship Gaming Series (CGS) no México em 2007.
Após a passagem, o jogador decidiu focar nos estudos e trabalhar com Tecnologia da informação. Após um período atuando na área, RiVAS tentou empreender e partiu para administração de empresas familiares.
"Abri uma empresa de impressão de figuras em calçados, mas acabou que tive um processo de uma empresa muito grande e tive que parar. Minha esposa tem loja de roupas e hoje em dia eu ajudo ela no financeiro. Quando meu pai faleceu, eu passei a morar com a minha mãe para ajudar com algumas coisas do negócio dela. É assim que eu vivo. Eu nunca vivi do CS igual as pessoas fazem hoje", contou.
"Se eu pudesse voltar no tempo hoje eu não teria parado, porque eu prejudiquei um pouco a equipe e eu acho que tomei a decisão muito rápido, a família também nunca apoiou. O CS não era igual hoje, que você vai para dois Majors e já faz muito dinheiro, antes era mais por amor ao jogo e pela competitividade. A atitude de ter parado de jogar foi só porque eu achei que iria sair do país", completou.
De volta à ativa
Em 2022, ele retornou ao cenário como treinador da Young Gods, o time academy da GODSENT.
"Depois de muitos anos o dead fez um convite para treinar a Godsent Academy e eu aceitei. Ia ter a WePlay, eu tinha um mês de time e ficamos 45 dias na Europa e os resultados foram muito bons. Como eu tinha experiência de ser jogador e fui capitão por muitos anos, ele achou que eu conseguiria lidar bem com os meninos, acabou rolando", disse.
E, depois de ficar mais um período longe das competições, RiVAS recebeu um convite de última hora para substituir João "righi" Righi, fora por emergência médica. O treinador participou remotamente da preparação do time e até atuou atrás do time antes de ser punido em uma decisão polêmica.
"Na Paquetá eu só conhecia o Venomzera, quando eles estavam em Madri eu fiquei acompanhando os treinos deles com o analista deles e o righi. Esse não é um trabalho meu, é do righi e do Turner, se o time classificar é inteiramente por causa deles", disse.
"O que eu vim fazer aqui foi dar um suporte emocional, conversar com os jogadores, auxiliar com o inglês. Bem diferente do trabalho que fiz na Godsent Academy que tive tempo de fazer um trabalho tático", finalizou.
Sem RiVAS atrás, a Paquetá enfrenta a Solid às 19h45 desta sexta-feira, em duelo que vale a permanência na competição.