kakavel e jogadores da Team One durante a Fragadelphia 2017

kakavel conta porque Team One trocou tanto de treinador

Equipe teve seis comandantes em um ano

Com a saída de Luis “peacemaker” Tadeu da Los + One logo antes do RMR, a organização chegou ao número de seis treinadores em um ano. Alexandre “kakavel” Peres, CEO do time, explicou em uma entrevista exclusiva da Dust2 Brasil os motivos das saídas de cada um de seus treinadores desde os primórdios.

“Eu nunca acho que as mudanças são as soluções, eu tento sempre fazer algo mais a longo prazo para ter mais uma condição de trabalho”, afirmou.

O primeiro coach da organização foi Alan “adr” Diego Riveros, que se juntou ao time em 2015. Ele entrou como técnico na organização, mas depois de um tempo ele virou jogador. Após isso, adr voltou a ser técnico, mas não durou muito tempo pois ele queria voltar a ser jogador.

“Ele só deixou de ser nosso treinador porque ele queria voltar a jogar. Eu ajudei ele inclusive a montar um projeto academy naquela época” explicou kakavel.

Após a saída de adr, a Team One contratou Olavo “cky” Napoleão para função de coach. cky permaneceu na organização por mais de quatro anos e tem sua saída lamentada até hoje.

“A perda do cky foi talvez a maior perda que a gente teve como organização de CS,. Já vendemos vários grandes atletas, mas vender o cky foi muito difícil exatamente por existir essa sintonia de trabalho", disse kakavel.

“Com a saída do cky eu comecei a buscar uma pessoa para ser líder do projeto, e nesse momento a organização já era muito maior do que quando a gente começou, então já não tinha mais tanto a minha proximidade igual antes, então eu tentei contratar pessoas que pudessem nos ajudar”, completou.

cky durante o minor do StarLadder Berlin Major em 2019

Essa pessoa foi João “righi” Righi. Com o novo coach, a Team One foi campeã da 37ª temporada da ESEA Premier e se classificou para campeonatos importantes como ESL Pro League, IEM Katowice e IEM Cologne.

kakavel contou que, no dia de uma das viagens, Righi teve que operar por causa de uma pedra no rim e não pode viajar com o time. Pouco depois, o treinador foi chamado para o projeto que seria a 00Nation, e de acordo com kakavel, saiu com as portas abertas e uma ótima relação.

“Veio então a oportunidade de tentar fazer do BTT um coach, eu conversei com ele e ele se mostrou super animado e foi para o México”, contou o CEO.

“Eu estive com ele a primeira semana no México e vi uma clara evolução dele e do time, mas quando eu fui embora passaram a surgir alguns problemas de relacionamento que ele mesmo já expôs, entre ele e o xns. Quando acabou a temporada ele me falou que ia ser sincero e que não estava pronto para ser coach, principalmente em outro país, que preferia ficar no Brasil. Foi uma escolha pessoal e eu não iria ficar insistindo e implorando para ele ficar em um projeto que não está acreditando”, explicou.

Depois, Vitor “eleito” Estíval estava muito tempo afastado do CS mas aceitou a proposta de ser o novo coach da Team One, pois, de acordo com kakavel, ele acreditava que o time precisava de mais ajuda fora do jogo do que dentro.

“Com todas as derrotas que sofremos de 16-14 nos últimos anos o emocional do nosso time foi abalado e isso é algo que a gente trabalha no dia a dia”, disse kakavel. Depois de passar um tempo nos Estados Unidos, Eleito “percebeu que poderia ajudar muito 'fora de campo' mas que o time também precisava de muita ajuda 'dentro do campo'. Isso trouxe atritos de amizades pessoas dele comigo, com alguns atletas”.

Quem assumiu a função desta vez foi Julio “jun” Junior, que já estava fazendo trabalhos táticos com a equipe. No final da temporada, Jun pediu para sair pois, de acordo com o CEO, ele não queria ficar longe da família.

“Essa distância do país é muito difícil de achar alguém para ser o líder do projeto”, disse kakavel.

jun treinando a Team One durante o RMR do PGL Major Antwerp em 2022

O próximo técnico da equipe foi Flavio “exp” Calheiros que nas palavras de kakavel “foi jogado no meio de uma fogueira”. Dois dias após a chegada do coach dois jogadores foram retirados do time e a equipe teve uma temporada turbulenta.

Após um tempo, o time queria trabalhar com o coach argentino Joaquin “lokomotioN” Cuevas. De acordo com o CEO, essa foi a única mudança que partiu da organização e não do técnico.

“O lokomotioN, foi o técnico que mais tem conhecimento do jogo que eu conheci”, disse kakavel, que explicou lokomotioN pediu para sair, pois sentia que a barreira linguística e a distância - o coach não tinha visto para os Estados Unidos -, estavam atrapalhando o trabalho dele.

Aí foi a vez do time colocar as fichas em peacemaker, um dos mais renomados treinadores brasileiros.

“Estávamos no meio de um turbilhão, o ano acabou muito tarde, demorou a começar e quando começou ele tinha um compromisso em Katowice. Ele foi se juntar com o time quando faltava uma semana para o qualify do RMR nos Estados Unidos. A gente trabalhou muito pesado, conseguimos a vaga no RMR e decidimos fazer o bootcamp. Quando voltamos do bootcamp, surgiram algumas divergências entre organização e treinador e ele preferiu não continuar“, explicou.

kakavel disse que não sabe o que será do futuro da função no time.

“Eu sei que no Brasil tem pessoas boas, novas e estudiosas como é o caso do righi, do sidde. Tem muitos bons nomes que conhecem os jogadores novos, o CS brasileiro precisa de reinventar”, afirmou.

O coach da Los + One nesse RMR será o próprio kakavel. A equipe faz sua estreia nesta quinta-feira contra a FURIA. Veja como acompanhar a seletiva para o Major de Paris.

* Colaborou Roque Marques

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