yungher na GC Masters feminina V (Foto: Felipe Guerra/Gamers Club)

yungher vê baque após mundial: "Expectativa era trazer o título"

Jogadora garante B4 Demons brigando pelo top 1 da GC Masters feminina VI

A segunda temporada da ESL Impact League 2022 foi mais uma competição mundial que Giovanna "yungher" Yungh e as companheiras de B4 tiveram a oportunidade de jogar. Em entrevista à Dust2 Brasil já de volta ao Brasil, a jogadora afirmou que não ter ido tão longe dessa vez teve um baque maior por conta da boa preparação e da alta expectativa por parte das Demons.

Fazendo uma comparação com a primeira Impact League, a qual parte do time disputou ainda pela Black Dragons, youngher disse que "na primeira vez não estávamos tão preparadas para, possivelmente, chegarmos na final. Sabíamos que tínhamos capacidade, mas que seria uma luta. Estávamos mais no sentido de que o campeonato era, basicamente, a primeira vez de todo mundo em alguma coisa. Foi mais para sentir como seria. Acabou sendo mais uma experiência para adquirirmos".

Já para a segunda Impact League, yungher revelou que a confiança do time por uma boa campanha era muito mais: "Estávamos mais confiantes que chegaríamos na final e ganharíamos. Por isso, que dessa vez, foi um baque maior porque estávamos mais preparadas. Nos preparamos melhor e a expectativa era de, realmente, chegar na final e trazer o título. Só que não foi o que aconteceu".

"O CS está aí para ser jogado. Tanto nós, quanto quem está do outro lado têm o mesmo objetivo de ganhar e é, basicamente, quem erra menos, e erramos bastante. Então, a diferença é que nessa segunda vez estávamos preparadas e não aconteceu", completou.

A B4 Demons começou o campeonato com o pé direito, vencendo a ATK, mas acabou sendo eliminada ainda na primeira fase após perder os compromissos seguintes para FURIA e 9 Pandas Fearless. Questionada sobre as dificuldades que enfrentaram contra as russas, yungher citou mudança no estilo de jogo apresentado pelas adversárias. Ela, contudo, garante que as brasileiras não foram pegas de surpresa.

"Não foi uma surpresa porque já havíamos estudado elas de dois meses para cá, mas, em questão de um mês, mudaram bastante o jeito que estavam jogando alguns mapas. Se adaptaram bastante e estavam jogando mais agressivas, jogando mais em torno dos picks da AWPer, o que antes não estavam fazendo. Se adaptaram bem durante o jogo, conseguiram ler a gente melhor. Não foi uma surpresa porque vi a forma que jogavam. Então, era literalmente quem errasse menos e acabamos errando bastante, e fomos punidas por causa disso", avaliou.

Apesar de ver diferença no estilo de jogo entre as equipes, yungher não sabe dizer o que falta para os demais times brasileiros além da FURIA irem ainda mais longe nos internacionais femininos. A integrante da B4, contudo, apontou que maior incentivo na questão salarial poderia ajudar as jogadoras a se dedicarem ainda mais exclusivamente ao CS:GO.

"Não sei o que de fato precisa. Não sei se mais incentivo possa ajudar as pessoas a quererem se dedicar mais porque, querendo ou não, os salários dos times femininos estão bem abaixo do ideal. Um time tier 1 feminino recebe menos do que um do tier 1 masculino. Falo de incentivo para as jogadores sentirem que vale a pena dar o sangue", opinou.

Analisando o gap entre os cenários, yungher apontou a oportunidade que as equipes de fora têm de "melhores treinos, contra times melhores que façam valer a pena. Aqui no Brasil nós não temos grandes chances contra pessoas que possam nos ensinar alguma coisa quando jogamos contra. Acho que tem essa diferença, mas não é um gap extremamente problemático".

GC Masters

O próximo compromisso da B4 Demons é a sexta edição da Gamers Club Masters feminina e, "sem desmerecer nenhum time", yungher disse acreditar que a equipe é, sim "favorita a ser o top 2", mas garante que junto das companheiras brigará para terminar o campeonato no top 1.

"Estamos bem tranquilas em relação aos outros times. Sabemos que tem o MIBR e a Black Dragons, que são pedras no nosso sapato, mas vamos jogar da mesma forma de sempre e, se Deus quiser, vamos trazer o título", afirmou. Para isso, a jogadora apontou que as Demons precisam focar no próprio jogo, "no nosso estilo e sabermos nos adaptar caso algo dê errado".

Mais carinho com o calendário

A temporada 2022 foi recheada de campeonatos femininos, mas com muitos deles causando dor de cabeça para as equipes por conta de conflito de datas. Por conta disso, yungher disse acreditar que os organizadores deveriam ter mais carinho com essa questão.

"Falta, sim, um carinho a mais com relação as datas dos campeonatos porque, querendo ou não, para nós aqui, já não têm tantas coisas e, quando tem, querem colocar tudo junto. Então, seria mais prazeroso, mais interessante para todos os times se pudesse ter um calendário no início do ano. Se tivesse um cuidado, um carinho a mais com o calendário seria muito importante para o cenário", afirmou.

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