Khizha durante a GC Masters V feminina (Talita Morena)

Khizha explica esvaziamento do cenário feminino na Argentina

Jogadora revelou se cogitou migrar para o VALORANT

A Argentina é outra nação sul-americana que ama o Counter-Strike: Global Offensive. Mas, diferente do que está sendo visto no Brasil, por lá há um esvaziamento quando o assunto é cenário feminino. Em entrevista à Dust2 Brasil, a capitã do MIBR Julieta "Khizha" Grillia opinou sobre a situação do competitivo do próprio país.

Khizha vê que, atualmente, a Argentina tem poucos times e isso acontece "porque também não tem muitas organizações, patrocínios que queiram ficar com times femininos. Eles não apostam. Não sei se na visão deles é porque não tem jogadoras que realmente vêm o CS como trabalho, mas eu acho que é o contrário. Tiveram muitas vezes com vários times jogando, só que nenhuma organização foi atrás e elas desistiram".

A argentina lembra da época em que defendeu a Aorus Vision, que era um time sem organização, apenas patrocinado pela empresa: "Também aconteceu comigo quando eu estava com o meu time. Estávamos juntas há quatro anos e teve um momento que nem a gente tendo uma base de quatro anos conseguimos uma organização. Estávamos só com o patrocínio da Aorus, mas não tínhamos organização para jogarmos. Tiveram campeonatos que não pudemos jogar porque não tínhamos uma organização. Eu não entendi muito porque isso aconteceu. Dava para ver que éramos um time que trabalhávamos, então acho que é só por não ter interesse mesmo (das organizações)".

A capitã do MIBR acredita que o VALORANT também potencializou o esvaziamento do cenário argentino já que, como a modalidade "chegou muito forte no cenário, com muitos campeonatos, bons salários para as jogadores e muito mais dinheiros nas premiações, isso dá uma visibilidade". Questionada se cogitou migrar, Khizha disse que teve oportunidade, mas não teve interesse no jogo. "Eu não conseguia ver com os mesmos olhos o VALORANT que eu vejo o CS", afirmou.

Quando se fala em cenário masculino, vários campeonatos são elogiados pelo público que assiste e também por possuir importantes personalidades que apoiam o cenário local. Contudo, isso não acontece quando o assunto é o competitivo feminino. Na opinião de Khizha, "na Argentina, dão muito mais visibilidade para times masculinos do que para os femininos".

"Se tiver apoio, pessoas passando informações dos campeonatos para as meninas para elas, pelo menos, montarem um time, chamar as meninas para montarem time. Eu nunca vi isso acontecer na Argentina. Eu vi muito isso no cenário brasileiro, mas nunca vi no cenário argentino. Acho que se isso acontecer, pode ter muito mais times".

Circuito ESL pode salvar?

O cenário feminino mundial ganhou um fôlego com o circuito criado pela ESL para esta temporada. Apesar das competições já terem agitado bastante, praticamente, todas as regiões, Khizha se mostrou cética sobre uma melhora no cenário argentino.

"Eu não sei se vai ser o motivo para ter mais times argentinos porque as jogadores que conheço na Argentina são bastante grande e, para jogar CS, tem que ter um respaldo, uma organização, um salário. Não é só o jogo. Tem que ter um apoio por trás e eu acho que se a ESL continuar com o circuito ano que vem pode chegar a ter mais times argentinos", opinou.

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#1(Com 0 respostas)
16 de agosto de 2022 às 10:37
elias-pega
Guerreiras do e-sport
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