FalleN em entrevista à Dust2 Brasil

FalleN desconversa sobre mudanças: "Foi muito prazeroso, mas é momento de analisar"

Durante a UCCONX, capitão da Imperial não deu detalhes sobre as saídas de fnx e peacemaker, mas revelou que time sentiu as viagens e vai precisar passar por adaptações

A Imperial tem sido o assunto mais comentado da dança das cadeiras, mas Gabriel "FalleN" Toledo prefere não comentar sobre as saídas de Lincoln "fnx" Lau e Luis "peacemaker" Tadeu. O capitão da Imperial, porém, admitiu que esse é um momento de analisar e se preparar para o segundo semestre.

"Eu não tenho muito como confirmar nada agora. Você sabe que esse momento de transferências tem muita burocracia envolvida. O que eu posso dizer é que nós vivemos uma parada legal nesses seis meses e apareceram dificuldades que não esperávamos que fossem aparecer", contou FalleN em entrevista à Dust2 Brasil na UCCONX.

"Não só relacionadas a quem vai ficar no projeto e quem vai sair, são muitas. Inclusive comigo. É um momento difícil para todos que participaram", completou.

O Professor ressaltou que, os seis primeiros meses do projeto foram proveitosos, mas as dificuldades encontradas pedem por mudanças.

"Foi muito prazeroso, mas é momento de analisar o que a gente fez em seis meses e se programar para os próximos seis. Infelizmente o mundo está girando, as coisas não são estáticas, precisamos nos adaptar ao que estamos enfrentando no dia a dia e algumas coisas precisam mudar para o segundo semestre para podermos ter mais sucesso", cravou.

Um hit emocional

A nova configuração do cenário, com campeonato acontecendo quase que em sua totalidade na Europa, torna momentos como o desta sexta-feira, com FalleN rodeado de fãs e familiares, muito raros. Além disso, o jogador se divide entre duas casas - nos Estados Unidos, onde mora com a esposa, e no Brasil.

"A questão não é nem ter duas casas, e sim não poder ficar em nenhuma delas. Como estamos ficando num cenário 100% europeu, só se eu morar na Europa para ter uma casa", conta.

"Estamos pulando de bootcamp em bootcamp, de hotel em hotel, campeonato para campeonato. Como nosso começo de semestre foi muito bom, acabamos nos classificando para quase tudo, com exceção da BLAST. Não tivemos como parar no calendário, aproveitamos oportunidade atrás de oportunidade", completou.
Ao fim da IEM Cologne, FalleN viajou para os Estados Unidos e passou algumas semanas lá antes de vir ao Brasil, da onde acertará os detalhes para a segunda temporada do ano. Além disso, o verdadeiro revelou que a Imperial deve passar mais tempo no país nessa metade de 2022.

"Tudo indica que vamos ficar um pouco mais de tempo aqui, queremos fazer algumas mudanças na nossa rotina para tentar chegar no major", contou.

FalleN com companheiros de equipe na Pinnacle Cup

Entre os motivos dessa permanência maior estão o "hit" emocional que o excesso de viagens causou e algumas questões pessoais de FalleN e dos companheiros.

"Esses seis primeiros meses foram muito bons, mas coisas que você não está esperando aparecem desde o primeiro mês. O impacto que tivemos viajando para a Europa durante todo esse tempo, ele dá um hit em todo mundo que não tem muito como prever, e você só tem como sentir", explicou FalleN.

"A gente vai precisar passar mais tempo no Brasil por algumas questões particulares de alguns jogadores e também pelo fato de percebemos que viajar que nem viajamos no primeiro semestre é um hit emocional que não conseguimos suportar. Vamos precisar readaptar", completou.

"Ainda não falamos 100% internamente sobre como isso vai ser, mas é fato que vamos poder passar um pouco mais de tempo em casa vai ser importante para os jogadores do time e vamos tentar vir com um pouco mais de saúde mental para esses jogos, tentar se divertir um pouco mais", continuou.

O cansaço causado pelas viagens, de acordo com FalleN, é a justificativa de uma Imperial mais "apática" na reta final de temporada - na IEM Cologne, por exemplo, era visível que o time estava fadigado.

"A galera consegue perceber quando a gente joga. Aquela hype dos primeiros dois meses não estava presente no quinto ou sexto mês, mas não é porque não queremos ou não desejamos, (é) porque essas coisas se sentem. Quando você está com um hit emocional tão grande assim, as coisas acabam afetando, não tem como a gente negar. Quando for a hora de voltarmos ao trabalho, acabar as férias e reunirmos o time, vai ser mais possível falar sobre isso e quais são exatamente os nossos planos", disse.

Só Imperial não é saudável

Depois de ser a menina dos olhos do primeiro semestre, a Imperial chega para a segunda metade do ano dividindo atenção com outros projetos, como a 00Nation e o Fluxo, que também estão na boca do povo. FalleN aprova o fato e diz que isso torna o cenário mais saudável.

"Acho super bacana o fato de termos mais e mais times brasileiros ganhando notoriedade, ganhando seu espaço, e conquistando um pouco dessa audiência. Não acho uma coisa saudável que só queiram assistir a Imperial. O pessoal tem que querer assistir o CS brasileiro como um todo", afirmou.

"É óbvio que é difícil fazer essa conversão, é difícil as pessoas conseguirem e aclamarem esse desejo de serem assistidas pelo povo, mas é com o trabalho do dia a dia", completou.

FalleN se disse feliz por ver seus ex-companheiros Epitácio "TACO" de Melo, Marcelo "coldzera" David e João "felps" Vasconcellos em suas novas empreitadas.

"É super legal ver o felps num projeto novo, ele vai entrar numa organização super legal e bacana também que é o Fluxo. É muito bacana ver o cold e o TACO juntos de novo, para mim é muito legal ver eles jogarem. Fomos campeões juntos e tenho muito carinho pelos dois. Ver que eles estão montando um time novo, com molecada nova, e com muito potencial para ir muito longe, quem sabe até muito mais longe que já fomos com a Imperial. Isso é muito bacana de ver, eu estarei torcendo muito pelo que eles estão fazendo", disse.

"Converso bastante com o TACO, admiro muito a mudança que ele fez na carreira dele de controlar o projeto, estar à frente como o líder de garotos novos, é super legal. Acho que todos só têm a ganhar quando o cenário brasileiro vai se fortalecendo. Ficar nessa coisa de só ter um time, uma torcida, não acho uma coisa legal", ressaltou FalleN.

Mercado milionário

Já tendo visto e vivido de tudo no cenário brasileiro, FalleN também comentou as transações milionárias que viraram notícia nas últimas semanas. O jogador disse entender os dois lados da moeda, mas pediu para que as coisas sejam mais balanceadas e que os salários justifiquem as multas.

"Não sou um conhecedor nato da lei, não tenho muito conhecimento do direito, mas eu acho extremamente inadequado quando um jogador não tem um salário adequado a multa dele. Essa é minha opinião particular. Se tiver um jogador que ganha um valor X, consideravelmente alto, e tiver uma multa alta, eu vou entender, porque é feito um investimento muito alto para se ter ele no time, até mesmo com os pagamentos mensais, e obviamente, se deve dificultar uma transferência, porque um jogador desse vale muito e as equipes querem. Quando você trata um jogador que você considera estar nesse patamar, mas ao mesmo tempo você não consegue fazer esse balanço, acho que fica uma coisa um pouco injusta", disse.

"Mas eu entendo também o lado das organizações, é muito difícil você projetar, criar um negócio em cima disso, num cenário tão instável, de tantas dificuldades. É um negócio que não tem muita solução. Ao mesmo tempo que eu acho injusto, eu entendo a necessidade das organizações (de fazer isso) para sobreviverem. Tem coisa errada, mas tem coisa necessária, eu consigo entender isso. Quando eu vejo um jogador custar 400 ou 500 mil euros, se ele não tiver um salário adequado, eu acho uma puta sacanagem com o próprio jogador", completou.

FalleN com fnx, veterano que está de saída da Imperial

FalleN pediu mais cautela para os dois lados em negociações futuras.

"O que tenho a dizer sobre isso, com toda minha experiência de carreira, o que acredito que jogadores deveriam fazer, nos contratos que vão assinar no futuro, é estipular multas rescisórias que façam sentido com o que eles ganham e ter certeza de colocar um valor, porque muitas vezes as oportunidades passam, a carreira é curta", disse.

"Às vezes um jogador que está despontando tem chance de entrar numa grande equipe e, simplesmente pelo valor da multa rescisória dele, ele nunca vai poder sair do time em que está e isso trava oportunidades. O jogador, quando for assinar um contrato, precisa buscar orientação e acho que seria legal começarmos a mudar esse praxe, principalmente no CS:GO brasileiro, para que os contratos façam sentido no quanto eles ganham e no quanto eles vão custar para sair, e também faça sentido em que esteja estipulado um valor, seja ele qual for", continuou.

"Porque você nunca sabe o dia de amanhã. O contrato é feito em clima de amizade para quando as coisas não estiverem mais legais, porque daí você tem algo que já foi combinado antes entre as duas partes para seguir. Isso seria uma evolução legal no nosso cenário para que as coisas pudessem dar uma equilibrada", completou o Verdadeiro.

De saída

Nos últimos dias, FalleN tem batido na tecla da aposentadoria com mais frequência. Foi assim num podcast que participou com membros da OG e também no palco da UCCONX. O veterano, que planeja encerrar a carreira em cerca de dois anos, disse que tem feito isso para se preparar e preparar a todos.

"Eu estou meio que me preparando e preparando a todos para uma possível saída do cenário competitivo. Estou jogando competitivamente há 18 anos o Counter-Strike, em alto nível desde 2009, e praticamente não existo sem essa parte da minha vida. É meio que um preparo para eu começar a preparar essa nova etapa", disse.

FalleN afirmou que ainda não sabe exatamente o que fará depois de pendurar o mouse.

"Parte de mim tem o desejo de talvez usar um pouco desse tempo para quem sabe treinar um time. Parte de mim tem o desejo de fazer transmissões, parte de mim tem o desejo de criar conteúdo para ensinar as pessoas a jogarem, uma coisa que eu sou apaixonado em fazer. Acho que tem muitas portas abertas na minha vida, não sei exatamente o que eu vou fazer", disse.

Uma coisa é certa, FalleN quer cumprir a palavra que deu à Imperial de jogar por dois anos e quer aproveitar esse tempo no máximo. A próxima etapa, de acordo com o Professor, é estar "no maior major do mundo".

"Precisamos fazer ajustes no nosso calendário para que possamos conseguir curtir e ter uma maior chance de chegar no major do Brasil. O nosso grande foco é poder sentar lá no major, jogar, olhar para a torcida, e ver o maior major do mundo. Merecemos isso, fizemos muito para estar aqui até hoje, e esse é o principal objetivo", finalizou.

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#1(Com 0 respostas)
30 de julho de 2022 às 15:18
Frez7y
Só esperando o anuncio do chelo.
Cya fnx
#2(Com 0 respostas)
30 de julho de 2022 às 15:32
kscerato
expect the unexpected
#3(Com 0 respostas)
30 de julho de 2022 às 22:11
GOAT
confia no marqueteiro
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