nak com o MIBR no palco do GET Rio

nak comenta retorno ao competitivo e cita "mudança drástica" no MIBR

Antes nas streams, veterano passou a atuar como treinador da equipe

O MIBR encerrou duas campanhas importantes para o primeiro semestre da equipe nas últimas horas. O time conquistou a vaga na Esports World Cup e, quase que simultaneamente, jogou o GET Rio, torneio presencial no qual caiu na final lower para a paiN.

Renato "nak" Nakano, novo treinador do MIBR, conversou com a Dust2 Brasil e, no papo, avaliou essa maratona de jogos, tida como a maior que já enfrentou na sua carreira tanto como jogador quanto como treinador.

"Tá sendo uma loucura. Não só desde que chegamos no Rio, mas na nossa agenda (no geral). Estávamos há 11 dias jogando, fizemos uma pausa na sexta-feira e depois fizemos mais cinco dias inteiro. No dia da viagem para o Rio jogamos, no dia que chegamos e no dia seguinte também jogamos online e, depois de toda essa sequência de mais de 20 dias de campeonato, começamos a jogar o presencial junto com outro qualify da ESWC. Eu não sei o que falar, foi a maior maratona que já enfrentei como jogador e como coach profissional na minha vida, foi insano mesmo, muito cansativo e ao mesmo tempo muito produtivo."

"Não tenho nem o que dizer sobre os resultados, que foram positivos no geral. Foi a primeira vez que perdemos uma MD3 há quase um mês e foi no limite. Não dá para dizer que se não fosse nessas condições o jogo seria diferente porque está sendo difícil para todo mundo, paiN e Imperial também tão jogando muito campeonatos online e o nível está muito parelho. Tenho certeza que os jogadores se doaram ao máximo todos esses dias e aqui faltou um pouco de gás, porém vai ser um aprendizado. Não são muitas vezes que vão acontecer essas maratonas então não é algo que precisamos nos preocupar, e no modo geral, fomos bem", continuou nak.

Nos jogos que encheram o calendário do MIBR, nak avalia que os resultados foram positivos para a equipe. O treinador fez uma análise da campanha da equipe nos últimos campeonatos, principalmente no closed sul-americano da ESWC e também no GET Rio.

"Eu falo de saldo positivo puxando a maratona inteira que viemos jogando, que foi a ESL Challenger Jönköping, BetBoom Dacha que conseguimos duas vagas internacionais, depois jogamos a RES e fomos campeões. Na ESWC também conquistamos a vaga, então foram quatro campeonatos que ganhamos praticamente. Infelizmente no presencial ficamos na final lower... sobre esses dois campeonatos é isso, foi muito bom na ESWC que é um dos maiores campeonatos recém-anunciados, então conseguirmos essa vaga foi muito importante mesmo."

"No entanto, um presencial em LAN no Brasil também tem praticamente a mesma importância, então é um baque muito grande, a derrota machucou muito a gente, para digerir vai ser um pouco difícil mas assim que tem que ser. Todos os campeonatos que entramos, temos que entrar para ganhar e temos que sentir a derrota mesmo. Não adianta só a gente jogar e falar 'valeu, valeu, conseguimos a outra vaga lá'. Não, cada campeonato é cada campeonato, se doando até o limite e querendo ganhar. Sentir a derrota um pouco e resetar daqui a pouco, sentir um pouquinho faz parte", seguiu nak.

Embora hoje a fase seja boa, o MIBR enfrentou um momento ruim recentemente. A equipe chegou como uma das favoritas no RMR Americas para se classificar ao PGL CS2 Major Copenhague, porém decepcionou e não ficou com uma das vagas. nak conta que, após esse momento, a organização decidiu mudar.

"São diversos fatores que influenciaram nessa nossa mudança. Desde o final do ano passado, quando fizemos ótimos jogos, e quando começou o CS2 e começou esse ano não conseguimos nos encontrar, então foi uma mistura de adaptação ao novo jogo com a confiança diminuindo cada vez mais. Ali no RMR foi o ápice de quando sentimos muito e tomamos uma decisão que precisávamos mudar, com uma mudança drástica, não só mudar o que sempre falamos e com o passar dos dias volta tudo ao normal. O time é muito bom individualmente, está muito bem taticamente, tem o bit que é foda, tem o exit que está surpreendendo a todos de IGL. Eu cheguei para somar muito nessa parte da mentalidade para recuperar a confiança, fazer com que eles acreditassem neles próprios que o resultado viria, e veio mais rápido do que a gente esperava."

"É bom que cheguei de fora e consegui enxergar algumas coisas dentro do jogo que acabavam passando despercebidas, então é uma mistura de fatores de mudanças, de acreditar em nos mesmos, que deu esse resultado, porém CS é alto e baixo o tempo todo. Sabemos que daqui a pouco pode vir uma maré ruim e teremos que estar preparados e buscar de novo recuperar essa forma. Agora vamos ver como vamos sair lá fora, estamos cansados de jogar contra os mesmos times o tempo todo, se parar para contar quantas vezes jogamos contra paiN e Imperial nesse último mês dá mais de três com cada time. Vai ser bom irmos para fora e enfrentar times novos", explicou o treinador.

Como informou a Dust2 Brasil no final de março, nak passou a ser o novo treinador do MIBR, mas ainda dividindo a comissão técnica com Bruno "bit" Fukuda. nak falou de como o ex-treinador tem ajudado a equipe.

"Nunca é certo, temos que tentar mudar de qualquer maneira, e entre bit e tacitus a gente tinha dois caras muito táticos, enquanto eu tenho um perfil um pouco mais motivador, então fez sentido essa primeira mudança. Preferimos manter o bit por conta dele ser o cara mais ativo já taticamente do time e não enxergamos que era uma mudança que precisávamos trocar 100% o esquema tático. Não, já tínhamos uma base forte e eram algumas coisas que estavam faltando, principalmente o outgame. Nesse sentido foi o ponto principal para manter o bit e me colocar", finalizou.

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