zakk: "O ritmo de campeonatos que tivemos no Brasil nos ajudou absurdamente"
A Imperial está muito próxima de garantir uma vaga na próxima fase do PGL CS2 Major Copenhagen, e Rafael "zakk" Fernandes acredita que a decisão de permanecer no Brasil e não fazer bootcamps na Europa no início do ano ajudou o time a embalar na disputa.
"O ritmo de campeonatos que tivemos no Brasil nos ajudou absurdamente, se tivéssemos ficado na Europa todo esse tempo tenho certeza que não teríamos chegado a lugar nenhum", disse zakk em entrevista à Dust2 Brasil.
"Existem muitas tendências muito fortes nos times brasileiros, muito mais do que nos europeus, acho que esse balanço de estudo é legal", completou.
O treinador disse que a diferença entre os times das duas regiões está no estilo, com os brasileiros tendo especificidades muito grandes em relação aos europeus.
"O brasileiro tem um estilo muito específico de jogar, muito diferente do europeu. O europeu entende, principalmente nesse nível, que o nível deles é um pouco mais alto ainda, muito bem o jogo e o que o round demanda dele, qual é a porcentagem das coisas acontecerem naquele momento", afirmou.
"Vou dar um exemplo de Nuke, os caras dominam a rampa, qual é a porcentagem deles descerem, irem pelo miolo, irem pelo cat. Eles fazem essas contas muito rápido. O brasileiro acho que vai mais pela emoção, tipo 'vou jogar uma molotov aqui e se Deus quiser alguém vai girar'", explicou. (Nota do editor: zakk, no Twitter, corrigiu esse trecho: "Eu acho que errei rude na fala dos times brasileiros porque abriu muitas vias pra interpretação. Quis dizer alguns times brasileiros mas não todos, tem muito time que joga um cs top por aqui também (sic).)
Além do ritmo, zakk também está contente com os planos de jogo. De acordo com o treinador, os últimos treinos não foram bons, mas a equipe tem conseguido se preparar bem para os adversários.
"Os treinos não tiveram resultados muito bons, mas tiveram aprendizados muito bons que trouxemos para cá e estamos mostrando dentro do servidor. O pré-jogo tem sido muito bom. Estamos entrando na mesma página muito bem. Quando vamos treinar nós entramos meio que em branco. Sabemos as posições que cada um faz quando jogamos com os times que a gente assiste. Uma Vitality, uma Spirit. Todo mundo sabe que o donk é o fora da Nuke, todos assistem essas coisas. Quando vamos jogar contra os times que são menores, não sabemos quem joga aonde, o que eles fazem, o que podemos fazer contra. Você entra tendo que interpretar, jogar o CS", disse.
"Para você ser bom, tier S, esses que são os melhores, você tem que saber interpretar o jogo. Não adianta entrar com um papel e falar beleza, essa é a fórmula. Você tem que saber interpretar. Acho que é isso que a gente tenta fazer nos treinos. E a confiança deles vem porque eles já sabem, tem meio que um script na cabeça deles de como o jogo vai ser. Geralmente acontece exatamente o que falamos", completou o treinador.
Apesar de feliz com a vitória diante da Apeks, o treinador destacou a ansiedade do time para fechar os jogos como um dos fatores que tem complicado a vida da Imperial.
"O que mais atrapalha nosso jogo é quando estamos perto de fechar, com um 12 ou 11, antes disso não. No 12 ou 11 começamos a ficar muito ansiosos e começa a surgir uma crise, uma síndrome de heroísmo, 'Eu vou acabar com esse jogo', e o CS quando você começa a entrar nesse modo você está ferrado, você será punido. Não tem como ser herói nesse nível, você precisa saber jogar CS", disse.
"Acho que o jeito de ajudar os novos é fazer eles entenderem o tanto que a vantagem é preciosa. Muitas vezes alguém toma um ato que não precisa ser tomado porque o round já está 5x4. Abrimos ontem contra a Heroic, por exemplo, muitos rounds 5x4 e perdemos eles, inclusive o round 5x2 que perdemos nós começamos na vantagem, não precisávamos fazer nada, só que é tanto 'Eu vou acabar esse jogo, vou fechar esse jogo', essa ansiedade ainda precisa ser trabalhada a longo prazo. É dar valor a vantagem", continuou.
O jogo de classificação, nesta terça, zakk vai tratar como só mais uma partida.
"Tento passar isso para os meninos mas não sei o quão bem eu consigo fazer isso. Não ligo de vir aqui, tomar 0-3 e ir embora, não ligo de perder os próximos dois e ir embora. O jogo é jogado, vamos fazer o nosso melhor, fazer o nosso plano, talvez encaixe, talvez não, não posso controlar isso. Vou fazer o meu plano, seguir ele e ver o que vai acontecer", finalizou.