O que esperar das equipes brasileiras em 2023
A cada dia que passa a estreia das equipes brasileiras em 2023 se aproxima. Quase todas sofreram algum tipo de alteração, seja na comissão técnica, ou no elenco, durante a pausa de fim de ano. A EPL Conference Season 17 e a IEM Katowice são os primeiros compromissos para grande parte do cenário e a principal pergunta nesse início de temporada é: o que podemos esperar dos times em 2023?
00Nation
Uma das mudanças que mais surpreenderam a comunidade na virada de temporada foi a troca realizada por 00Nation e 9z envolvendo Santino “try” Rigal e Lucas “nqz” Soares. Mas a troca solucionará a inconstância da “GODNATION” no fim de 2022? Voltar a ter uma line que se comunicará confortavelmente em uma só língua pode ser o caminho, somado a adição de um jogador que vive um momento extraordinário e ajudará não só em questão de skill, mas também sendo voz ativa durante a partida.
A constância da 00Nation passa pelo entendimento de como a line deve se portar nas partidas a partir da criação de um próprio estilo de jogo. A leitura de jogo por parte dos líderes in game precisa ser ainda mais refinada, bem como os protocolos mais estruturados. Neste ano, os jovens - já realidades -, também precisa entender que devem se tornar ainda mais protagonistas.
ARCTIC
Equipe que competiu no país e uma das mais que chamou atenção, principalmente por ter dominado o circuito CBCS, ARCTIC terá Ruann "keiz" Rotondano como novo awper. Jovem experimentado até internacionalmente e que já mostrou o potencial que possui de se tornar um grande na posição. Se 2022 foi de títulos dentro do Brasil, para este ano o time tem que focar em se classificar para fora, o que só conseguiu indo para o RMR Americas do Major do Rio.
Fluxo
Formado a partir de um milionário investimento na contratação de jogadores, e apesar de não ter disputado o IEM Rio Major, o Fluxo foi um dos destaques no fim de 2022. Para 2023, a expectativa é que a equipe crave ainda mais participações em torneios internacionais e, sobretudo, realize boas campanhas. Mudanças no elenco e comissão técnica foram feitas, com as contratações de Allan "history" Lawrenz e do treinador Wilton "zews" Prado.
O Fluxo acerta nas mudanças. Sem a pressão da awp, Adriano "WOOD7" Cerato pode focar ainda mais na estruturação da equipe, o que já faz com maestria vide os resultados obtidos. history é um nome em alta e que já se provou. Já zews pode adicionar no plano de jogo a experiência de bicampeão mundial e muitos anos competindo internacionalmente.
FURIA
A novidade da FURIA para 2023 está na comissão técnica, com Sid "sidde" Macedo no lugar de Marcos “Tacitus” Castilho como assistente de Nicholas “guerri” Nogueira. A equipe foi a brasileira que chegou mais longe nas grandes LANs de 2022, como o incrível top 4 no IEM Rio Maior, e a única a figurar entre as dez melhores do mundo. Assim, os Panteras mostraram que estão consolidados no “Tier-S”.
A equipe deu o primeiro passo para o próximo step up contratando um awper de ofício. Com Rafael “saffee Costa, a FURIA passou a ter o melhor elenco com o qual competiu no CS:GO. A chegada do ex-paiN foi primordial para que o time testar novas estratégias, deixando assim de ser refém das “cachorradas do arT” - que serviram para os Panteras surpreenderem o cenário internacional no passado, mas que se tornou uma forma de jogar conhecida pelos grandes adversários.
O equilíbrio na forma jogar será determinante para a FURIA alcançar o topo do cenário mundial, de forma sólida, ao invés de apenas ter lampejos durante a temporada. IEM Dallas e o Major no Brasil são bons exemplos de que o time, com outras possibilidades táticas, pode ser ainda maior do que já é.
Imperial
A equipe não inicia 2023 com o mesmo hype que surgiu na última temporada, mas com a dúvida do que será a Imperial sem o principal protagonista de 2022, Fernando “fer” Alvarenga, que, aparentemente, está para se aposentar. O substituto é Jhonatan "JOTA" Willian, enquanto a outra novidade é a contratação de um coach de ofício: Rafael "zakk" Fernandes.
O primeiro desafio será encontrar qual jogador se tornará o novo pilar no lugar de fer. A resposta é ativar a química já existente entre JOTA e Marcelo "chelo" Cespedes, dos tempos de MIBR. A dupla foi fundamental para a classificação do antigo time para o PGL Major Antwerp.
Para este ano, a equipe também precisa de um plano de jogo mais próximo do meta atual. Principalmente no 2º semestre de 2022, abusou do ritmo lento e tinha dificuldades contra adversários que propunham o jogo. A chegada de zakk ajuda nisso, mas, para o coach dar certo, o time deve ter mente aberta para como o coach pensa e vê o time jogando. O bom trabalho pela 9z foi o suficiente para mostrar quão capacitado o treinador é.
Se bem aproveitado, o fato de não ser a brasileira mais hypada nesse começo de ano pode ser favorável para a Imperial já que a pressão não será a mesma que outrora. Tempo será necessário para se adaptar a tudo de novo no time.
Los+oNe
A novidade na Los+oNe é a chegada de Luis “paceamaker” Tadeu para a posição de coach. O experiente treinador pode ser determinante para o time sair do ostracismo e experimentar voos maiores, conseguindo tirar do elenco o potencial que todos enxergam, mas que ainda não foi visto no servidor. Voltar a relevância de outrora no CS:GO é o maior desafio dos Golden Boys para 2023.
MIBR
Por mais que tenha sido um ano em que participou de muitas competições de grande porte, o 2022 do MIBR ficou marcado mais pela quantidade de trocas envolvendo os IGLs. A atual temporada não começou diferente já que o time perdeu Jhonatan "JOTA" Willian para a Imperial. O substituto é da casa: Felipe "insani" Yuji, promovido do time Academy. Outra novidade é a chegada de Tacitus.
O maior desafio do MIBR para 2023 é manter a casa em ordem. Se mesmo com as mudanças na principal função, a de comandar, o time até conseguiu títulos, com uma line estruturada, pode ir mais longe. Mas, neste início, a equipe precisará de tempo para se adaptar com a forma como Raphael "exit" Lacerda liderará in game e também de insani com o novo nível de CS que enfrentará.
O PLANO
O PLANO é mais um time que inicia 2023 sem o hype que teve quando surgiu, e o elenco para este ano também é diferente daquele que fechou 2022. A organização acertou com três reforços para a line, Bruno "shz" Martinelli, Lucas "lub" Baracat e Lucas "decenty" Bacelar, além do coach Willian "Xamp" Caldas. O início até foi bom, com participação no RMR Americas para o Major do Rio, mas só. Por isso, o principal desafio para a temporada que se inicia é tentar repetir o feito para o BLAST.tv Paris Major já que o atual quinteto tem mais potencial que o anterior.
ODDIK
Sensação no cenário brasileiro no primeiro semestre de 2022, ainda como UNO MILLE, a ODDIK teve uma queda na segunda parte do ano, mas conseguindo se manter entre as melhores do país. O time inicia a temporada sem sidde, e com dois desafios: voltar a ter o bom desempenho do início de 2022 e conquistar vagas para campeonatos internacionais.
paiN
Sem mudanças para o início de 2023, a paiN é mais uma que possui o melhor elenco com o qual já competiu no CS:GO. Ainda mais para este ano, a expectativa é a mesma de temporadas anteriores: entrar de vez no Tier-S da modalidade.
Desde que migrou de vez para o cenário norte-americano, a paiN teve lampejos para fazer parte da elite mundial. Foi assim quando se classificou para o PGL Major Stockholm e para a IEM Cologne. Faltando um entendimento da “forma correta” de se jogar CS, acabou esbarrando, principalmente, em equipes europeias, algumas até de menor expressão.
Apesar de não ter se classificado para o Major do Rio, o time mostrou evolução no último semestre, sobretudo, taticamente, e ficou mais forte individualmente com as adições de Felipe "skullz" Medeiros e Romeu "zevy" Rocco. A prova de fogo do time já é no início da temporada: IEM Katowice, ESL Challenger League e a ESL Pro League Season 17.
