FalleN comenta fala de ministra e pede diálogo
Principal ícone dos esports no Brasil, Gabriel "FalleN" Toledo comentou a fala da ministra Ana Moser que a modalidade não é um esporte. O jogador da Imperial pregou o diálogo e apoiou medidas legislativas para fomentar o crescimento da modalidade no país.
Em transmissão realizada na noite da terça-feira, o Verdadeiro disse que as regulamentações no meio são inevitáveis e citou a Dinamarca, uma das referências em reconhecimento dos esports, como exemplo.
"Eventualmente, cedo ou tarde, vamos precisar ter regulações para o esporte eletrônico no país. São coisas que já estão acontecendo em outros países, o grande exemplo é a própria Dinamarca, que está fazendo um puta de um trabalho de base com a molecada na própria escola, já formando times de base, enxergando o esporte eletrônico como uma realidade", disse.
FalleN também afirmou que é necessário o diálogo para fazer com que a ministra entenda a importância da modalidade e voltou a pedir por legislações que fomentem o investimento no cenário.
"E a grande verdade é que não adianta as pessoas que estão em condições de poder, que estão cuidando de pastas como essa, precisam tentar entender o Brasil como um todo. Muito se fala sobre esse governo que chegou agora no poder mais uma vez sobre tentar ver todos os lados, e eu acho que é verdade, tem que ser olhado mesmo. Se alguém entra numa pasta dessa, sobre educação, e entra com uma noção sem pesquisar, sem levar em consideração o que outras pessoas pensam, ou coisas que elas não conhecem, elas correm o risco de fazerem coisas que não fazem sentido para uma parcela da galera", disse.
"Mas, quem sabe, com diálogo, apresentando ideias, seja possível mostrar uma outra faceta, porque acho que é importante terem ações reguladas, que abram oportunidades para coisas bacanas serem feitas dentro do esporte eletrônico, leis que ajudem os profissionais, atletas que estão vindo. Leis que ajudem as empresas a investir nesse mundo. Existem várias leis no Brasil que acabam incentivando algumas empresas a participar de eventos como patrocinadoras, então, quando você tem essas coisas reguladas, você acaba crescendo", continuou FalleN.
"Da nossa parte, de quem conhece e vive os games há muito tempo, e quem é fã, nos cabe fazer, positivamente, um diálogo e mostrar que existe uma outra realidade que algumas pessoas ainda não conhecem, e está tudo bem. Ninguém conhece tudo. Nós vamos, aos poucos, lidando com essas pautas aí", completou.
O jogador destacou, porém, que os esports tem crescido mesmo sem o incentivo público.
"Mas os esports vem crescendo bem, traçando seu próprio caminho no mundo todo, inclusive no Brasil, e esse pequeno contratempo aí vai nos atrasar um pouco em alguns sentidos, mas, por outros pontos de vista, atrapalha menos o que já vem acontecendo bem", disse.
Em postagem nas redes sociais, FalleN falou mais sobre a declaração e disse que as pessoas hoje "não querem conversar, querem convencer", além de criticar os comentários de cunho político que tomaram conta das redes.
"Existe um mundo do qual a nova ministra claramente ainda não conhece. Nos movimentando da maneira correta, temos muito a ganhar com diálogos e representações sobre nosso universo em todos os meios, inclusive na política", escreveu.
FalleN também disse que ficaria feliz em voltar a discutir sobre games com o chefe do executivo.
"Ficaria extremamente feliz em receber uma ligação de qualquer presidente e estou aberto, e estarei grato, se houver oportunidade de falar sobre esses temas novamente", completou.
Passado político
FalleN tem alguns episódios envolvendo a vida política brasileira, sendo o mais famoso deles a ligação ao então presidente Jair Bolsonaro em 2019. O jogador relembrou o fato na abertura do discurso.
"É um assunto meio complicado de entrar porque a molecada costuma confundir muito as coisas, assim como confundiram quando eu recebi a ligação do antigo presidente, Bolsonaro, falando sobre coisas de games", afirmou.
O jogador também relembrou o apoio à campanha para deputado federal de Kim Kataguiri (União Brasil-SP), para qual doou R$ 1 mil.
"Tem alguns políticos que defendem essa bandeira, eu mesmo me solidarizei bastante com o Kim Kataguiri, um cara que fala bastante sobre games na Câmara, fez um trabalho bom no último mandato dele, e foi até um pouco polemizado quando eu disse que estava na torcida para que ele fizesse um bom trabalho. Dos que eu conheço, é um dos poucos que falam sobre essa pauta, levam coisas legais lá, propõem leis, coisas que vão ajudar a incentivar o nosso mundo", finalizou.