FalleN sobre futuro: "Tem muita coisa em jogo, preciso pensar com carinho"

Quando o projeto do Last Dance foi criado na reta final de 2021, uma das premissas de que os resultados ficariam em segundo plano. E, de acordo com Gabriel "FalleN" Toledo, este objetivo já foi cumprido.

"Nós montamos um projeto não só para competir, mas para curtir a competição, e posso te dizer que curtimos muito. Óbvio que não foi 100%, tem estresse, dificuldade, isso faz parte do trabalho, mas valeu a pena cada segundo", afirmou o jogador em entrevista à Dust2 Brasil direto do IEM Rio Major.

"Gostaríamos de ter ido mais longe, ganhado alguma coisa, não tenha dúvida, mas o fato de estarmos entre amigos, termos criado esse projeto e tirado ele do papel, chegar nesse Major, no outro também. Foram muitas e muitas conquistas e não tenho palavras para falar", completou o capitão do time.

Para 2023, porém, FalleN garante que não há nada definido. Segundo o jogador, os compromissos após a eliminação do Major ainda não permitiram que os jogadores conversem entre si para definir o que acontecerá para a próxima temporada.

"Acredito que teremos que avaliar os motivos pessoais de cada um. Em janeiro todos estavam reunidos dentro dessa pegada de ficarmos juntos, fazer acontecer, curtir e passar pelo que tem que passar para estarmos lá", disse.

"Agora esse momento acabou, um ciclo foi encerrado, e precisamos ver onde estão as prioridades de cada um, quem é que quer continuar jogando, quem tem outros planos, quem mudou o mindset, de repente agora quer tentar buscar o próximo Major, ser treinador, vai saber. Vou tirar alguns dias para pensar depois do torneio e ver o que me deixará mais feliz. Tem muita coisa em jogo pra mim, preciso pensar com carinho", explicou o Professor.

A principal dúvida que paira na comunidade é sobre a permanência de Fernando "fer" Alvarenga, que tem chances de se aposentar. FalleN aconselhou o amigo a buscar a felicidade e disse que apoiará qualquer decisão tomada pelos mesmo.

"O fer tem que buscar o que vai fazer ele feliz. Ele já deu tanta alegria para todo mundo, é meu parceiro de jogo, a grande dupla que eu tive na carreira. Nos juntamos esse ano após um tempo separados para podermos viver esses momentos, então realmente olhamos um para o outro com (a sensação) de missão cumprida. Se for para ficar mais tempo junto vai ter que ser com novas metas, porque a desse ano nós conseguimos, que era se divertir, jogar os Majors e viver esse momento juntos novamente", afirmou.

"Para o ano que vem, vamos ter que conversar com o fer e ver onde está a cabeça dele, porque depende muito de prioridade. O Counter-Strike está muito difícil, uma coisa que começa a frustrar, inevitavelmente, é quando você coloca objetivos e não está fazendo por onde para alcançá-los. É muito fácil falar que você quer ganhar o próximo Major, mas, cara, só tem como fazer isso colocando o empenho 100% nisso. Nesse momento de vida de todo mundo do time, eu, fer, a galera mais velha, precisamos ver se é isso mesmo que a galera quer de coração, porque senão fica aquele negócio de não estar vivendo pelo que está falando. São esses ajustes que temos que fazer. Independente do que o fer queira fazer, vou estar sempre do lado dele. É um cara que já fez mais do que deveria pelo Brasil, e vamos apoiar ele no que ele fizer", completou.

Questionado sobre o papel da Imperial e dos patrocinadores do projeto nas tomadas de decisões, FalleN desconversou.

"É uma conversa mais com o staff da Imperial, especialmente o felippe1, o dono do time, que tem tocado essas coisas. Os patrocínios no Brasil são uma questão de construção. Como montamos o time em janeiro, em cima da hora, acavalado, temos que agradecer quem nos ajudou com tanta velocidade, principalmente a Sportsbet.io e nossos outros parceiros. Se a galera não tivesse acreditado desde o começo, nem teríamos começado o projeto", disse.

Dever cumprido

Eliminado na primeira fase do IEM Rio Major após a eliminação do 0-3, FalleN seguiu participando do mundial de outras formas, comparecendo à arena para torcer, atender fãs e cumprir obrigações comerciais. Neste domingo, ele jogou um showmatch com os ex-companheiros de SK e venceu um time formado por lendas da Suécia. Para o Verdadeiro, a sensação é de dever cumprido.

"Essa festa precisava da nossa presença, participamos muito para criar o que tivemos aqui, foi uma grande celebração, deu para ver que várias coisas aconteceram, a torcida encantou, Gaules trouxe a galera, a comunidade de CS está cada vez mais forte", disse.

"As equipes brasileiras foram bem, através da FURIA, que chegou na semifinal. Imperial e 00Nation saíram muito adoradas pelo que fazem, mas não foram tão bem competitivamente. Mas, independente disso, a festa foi grande e celebrou todo o trabalho comunitário que é feito há muitos e muitos anos. Isso aqui é uma celebração para todo mundo que ajudou a fazer acontecer. Não foi um trabalho de uma semana, de um ano, foi algo de vidas mesmo. Valeu cada segundo do Major até agora", completou.