realziN: "Podemos perder na bala, na noção, mas nunca na vontade"
A B4 chegou ao Counter-Strike: Global Offensive com um projeto badalado por conta dos nomes presentes. Mas, durante a temporada, a equipe sofreu com mudanças no elenco, as quais, em entrevista Dust2 Brasil, Antonio "realziN" Oliveira concorda que atrapalharam na evolução do time, mas que "é algo natural do competitivo".
Na opinião do agora capitão da B4, o time também demorou a engrenar porque cada jogador "veio de um time diferente, com ideias e estilos diferentes. Então, para mesclar tudo isso, para criar um teamplay forte, leva um tempo mesmo, mas acabou não rolando porque tiveram algumas mudanças no decorrer disso".
Uma dessas mudanças tirou realziN da zona de conforto já que, com a saída de Rodrigo "drg" Ausenka para a Sharks, o atleta passou a ser o capitão da equipe. "No começo, achei que ia ser uma adaptação mais difícil porque muitas pessoas falam que IGL se sacrifica muito por falar muito, mas eu não passo por isso porque o meu time está sempre comunicando, ativo. Todo mundo me ajuda, revelou.
Sobre inspirações para a nova função, realziN cita quatro capitães com os quais atuou: Matheus "fra" Fragozo na FURIA Academy, Rafael "rafaa" Lima da época de W7M, Jhonatan "jnt" Silva de Sharks e o próprio drg: "Em toda a minha carreira eu tive IGLs bons, que eu consegui absorver o que eles tinham de bom e consegui mesclar no que estou tentando me tornar".
Dois meses incompleta
Desde que surgiu no cenário, B4 sofre com mudanças no elenco. Para algumas saídas, a organização conseguiu agir rápido na contratação de substitutos, mas, desde a saída de drg, o time vem jogando incompleto e precisando utilizar suplentes nos compromissos que vem disputando.
E foi com um dos completes, Lucas "lux" Meneghini, que realziN sentiu que a B4 poderia engrenar de vez "porque ficamos bem fortes, de verdade. Esse time estava sinistro demais e eu achei que dali a gente ia começar a decolar". Contudo, antes de assinar com a B4, o ex-Cruzeiro recebeu proposta para fazer parte do projeto liderado por Adriano "WOOD7" Cerato e defenderá, em breve, o Fluxo.
Sobre a demora da B4 em contratar um jogador em definitivo, realziN garantiu que a organização foi atrás de atletas, "só que esbarrávamos em multas que não fazem o menor sentido no cenário. Multas astronômicas. Demos alguns nomes para a organização e estão indo atrás para negociar". Confiante, o capitão completou dizendo que, "para os próximos desafios, talvez, a gente já consiga estar com um quinto jogador".
Nesse período competindo com o elenco incompleto, realziN revelou que a maior frustração aconteceu no 1º CBCS Elite League 2022, "que a gente perdeu para INTZ ARCTIC. Foram dois jogos pegados, mesmo jogando com o texxas e sem treinar. Acho que se tivéssemos um quinto player, seria um jogo mais tranquilo. Não acho que a gente perderia não".
A B4 vem utilizando uma solução caseira até contratar o novo jogador, que é o treinador Guilherme "texxas" Mayworm atuando temporariamente. E, segundo realziN, a adaptação foi boa porque o técnico é ex-jogador. Inicialmente, a B4 testou o comandante como IGL, mas não deu muito certo e, atualmente, os dois são as mentes pensantes da equipe já que enxergam o jogo de forma parecida.
Superação
"Erguer o título do jeito que estamos seria uma superação do caralho por tudo o que estamos passando, mostrando que a gente não desistiu e que não está faltando vontade de lutar por isso".
É com essa vibe que realziN e os companheiros de B4 vão para as finais do CLUTCH. Ao avaliar a campanha da equipe até a classificação, o capitão afirmou que "a gente pode perder na bala, na noção, na tática, mas nunca podemos perder na vontade. Então, acho que a nossa campanha foi feito com esse espírito de que não vamos desistir. Não desistimos nunca, mesmo estando incompletos e mostramos mais vontade do que muito time por aí".
O primeiro desafio da B4 no presencial do CLUTCH será contra MEGAZORD, pela semifinal. Sobre o adversário, realziN classificou sendo um time "com muita mirinha jovem. Temos que tomar cuidado porque ninguém mais hoje em dia é bobo no CS. Então, se entrarmos moscando ou não nos comunicarmos direito, é um time muito forte. Temos que tomar cuidado e focar no round a round".
Mesmo incompleta, pelos nomes que carrega e os títulos já conquistados pelos jogadores, a B4 entra para este duelo como a favorita para grande parte da comunidade. realziN concorda em partes com a opinião, quando se fala em experiência de LAN, mas não vê o time tão a frente do adversário pelo fato do elenco estar incompleto.
"Mas, por estarmos com uma sequência de vitórias boas, acho que muita gente pode pensar que somos os favoritos. Foi o que eu já disse: 'O CS não tem mais bobo e, se entrarmos moscando, vamos tomar mesmo", completou.
A B4 não é a única equipe badalada entre os semifinalistas do CLUTCH. Além da MEGAZORD, também estão na disputa pelo título a HUMMER, que vem de um período no exterior, e ODDIK, a sensação do 1º semestre nacional.
Analisando as chances do próprio time ao título frente aos oponentes, realziN apontou ser de "50%. Eu acho que são dois times muito fortes (ODDIK e HUMMER), só que a gente tem total capacidade de ganhar deles. Não pode faltar vontade da nossa parte. Se entramos com vontade, igual na seletiva, acho que a gente tem tudo para levar esse título".