Treinadores acreditam que nerf não acabará com "meta" da M4A1-S

A M4A1-S vem sendo o rifle queridinho dos CT desde o nerf sofrido na M4A4, em setembro de 2021. Por mais que, no mês passado, a "colt" tenha recebido uma mudança, treinadores que conversaram com a Dust2 Brasil não acreditam que a medida diminua a utilização da M4 com silenciador. "Ela continua forte e ainda vamos ver sendo usada, principalmente, pelo valor”, analisou Alessandro "Apoka" Marcucci.

O “meta M4A1-S” surgiu na atualização que introduziu a Operação Riptide no jogo. O rifle passou a dar mais dano em tiros no corpo em relação a M4A4. O aumento na utilização da M4 de bico foi exponencial. Se até então 10% dos jogadores profissionais utilizavam a M4A1-S, após o buff, o rifle passou a ser o segundo mais utilizado nas competições, ficando atrás somente da AK-47, conforme levantamento da reportagem com base nos dados da HLTV

O “boom” da M4A1-S também influenciou na quantidade de rounds vencidos pelos CT. Antes do buff, mapas da rotação competitiva tinham TR vencendo mais rounds em relação aos CT, como era o caso de Dust2, Inferno e até Vertigo. Após a mudança, o lado de defesa passou a ter vantagem em rounds vencidos em todos os mapas.

Na opinião do ex-treinador da 00Nation João "righi" Righi, “sem dúvida, a mudança alanvancou o poder de fogo do lado CT, principalmente por ser muito fácil conseguir uma M4A1-S e um colete já que o valor abaixou na época. Além do mais, é nítido a força do rifle que não tem tracking nas smokes e dá muito dano independente da distância, sem contar a facilidade de controlar o splay”.

righi completou dizendo que, em primeiro momento, “para mim, foi uma mudança que já visava o drop de utilitários e as fortes execuções TR, mas acabou que mudou tanto o meta, que dificultou todos os times que jogam ganhando espaço e buscando duelos já que é uma troca 70/30 para M4A1-S, sendo assim necessário mais ‘baits’ de utilitários e entradas com boas flashes pelo lado atacante”.

Desde o buff na M4A1-S, um dos assuntos debatidos tanto por especialistas, como também pela comunidade são os mapas em que os CT ficaram mais fortes por conta da mudança. Segundo Matheus "KAOS" Nicolau, da HUMMER, isso pode ser visto na Nuke e na Overpass: “São os mapas com maiores distâncias, onde os TR muitas vezes não conseguem saber de ontem estão vindo os disparos”.

Já righi falou sobre a Vertigo, “por ser um mapa com muitos duelos em smokes e a M4A1-S não ter tracking nos tiros. Foi uma vantagem absurda para as brigas nas zonas de choque do mapa. Por fim, todos os mapas tiveram uma leve mudança, pois deu uma confiança muito grande para o CT buscar duelos em qualquer parte de progressão do lado TR”.

Nerf acabará com o “meta da M4A1-S”

Em meados de junho a Valve aplicou uma redução na quantidade de balas presentes no cartucho da M4A1-S, passando de 25 para 20, mas mantendo 80 na reserva. Todos os três treinadores não acreditam que a mudança vá diminuir a utilização do rifle.

“Acredito que a redução de balas na M4A1-S não fará com que a maioria dos jogadores parem de comprá-la. Mas, em algumas situações, alguns jogadores vão preferir usar a M4A4, principalmente os que jogam em bomb solo”, apontou KAOS, que complementou dizendo que acha que “a única forma da M4A4 volta a ser utilizada é igualando os valores (das armas)”.

Para Apoka, “a Valve tentou mudar alguma coisa sem realmente tirar a utilização total da M4A1-S, do tipo mudar gradativamente. Ela continua forte e acho que ainda vamos vê-la sendo utilizada, principalmente pelo valor”. O ex-comandante do MIBR revelou que gosta “bastante dessas mudanças de meta. Acho que sempre é válido as opiniões se foi uma mudança legal ou não, mas melhor do que não mudar nada”.

Assim como KAOS, righi acredita que alguns jogadores vão optar por voltar a utilizar a M4A4, mas que o “nerf” na M4A1-S “não deve ser o suficiente para trazer de volta o outro rifle em massa. Talvez alguns players mudem por desconforto nas 20 balas, mas continua o rifle do momento, muto pelo preço, poder e facilidade em buscar os duelos”.

Na visão do treinador, “a única mudança mais impactante seja nos mapas que exigem muito duelo em ponto de choque e muito spam em smoke, como Vertigo, Ancient e Inferno. Dessa forma os CT não vão poder ‘spammar’ tanto e terão que guardar mais balas para o round”.