Stickers do BLAST.tv Paris Major renderam mais de R$ 530 milhões; veja valores
Fazer parte de um Major de Counter-Strike é um sonho para todas as organizações e jogadores, e quem conseguiu chegar ao BLAST.tv Paris Major não só cumpriu este objetivo, mas também encheu o bolso. Isso porque o 19º mundial da franquia, o último do CS:GO, rendeu valores que podem chegar às dezenas de milhões de reais para os times e ultrapassar o milhão para os jogadores, somando um total de mais de US$ 110 milhões (R$ 537 milhões).
De acordo com apuração da Dust2 Brasil e da HLTV com diversas fontes que disputaram o campeonato, o último Major de CS:GO rendeu valores de aproximadamente US$ 2,6 milhões (R$ 12,7 milhões) a US$ 4,5 milhões (R$ 22 milhões) para as organizações, e US$ 200 mil (R$ 975 mil) a US$ 250 mil (R$ 1,2 milhão) aos jogadores.
O valor varia da posição da cápsula em que cada um dos envolvidos esteve. Na venda de cosméticos, os times e jogadores foram divididos em três categorias, totalizando seis cápsulas de adesivos diferentes. Ainda houve uma cápsula extra, para os jogadores campeões, da qual a reportagem não conseguiu ter acesso a valores. Veja como ficou a divisão de maneira aproximada:
Times
Contenders: US$ 4,4 milhões (R$ 22 milhões)
Challengers: US$ 2,6 milhões (R$ 12,7 milhões)
Legends: US$ 3,5 milhões (R$ 17,1 milhões)
Jogadores
Contenders: US$ 250 mil (R$ 1,2 milhão)
Challengers: US$ 200 mil (R$ 975 mil)
Legends: US$ 200 mil (R$ 975 mil)
Champions: - (valor não confirmado)
A reportagem entrou em contato com a Valve e pediu um posicionamento oficial sobre os valores, mas a empresa não quis comentar. Organizações e jogadores assinam um termo de confidencialidade com a empresa e não podem divulgar publicamente os valores.
De onde vem o dinheiro
Esses valores vêm da venda das cápsulas fechadas no Mercado da Steam, que aconteceram entre os dias 4 de maio e 27 de setembro. Os itens foram comercializados no Brasil por R$ 4,99 no preço original e por R$ 1,29 a partir do fim de junho, quando entraram em promoção.
O valor total arrecadado por cada cápsula é dividido em 50% para a Valve e 50% para os times ou jogadores. A quantia é dividida de maneira igualitária entre os membros de cada cápsula (8 para times e 40 para jogadores), e não varia de acordo com a popularidade ou a raridade dos adesivos em transações posteriores entre usuários da Steam.
Tanto times quanto jogadores conseguem acompanhar esses valores direto do Workshop da Steam O dinheiro é, posteriormente, enviado às contas dos indivíduos e das equipes.
A maneira com que esse dinheiro é distribuído vai variar de organização para organização. Há equipes que, por contrato, detém % de adesivos dos jogadores, e também que repassam parte do valor arrecadado para os jogadores.
A reportagem procurou a Valve para saber se a mesma proíbe os times de reivindicarem o dinheiro que é originalmente destinado aos jogadores, e a publisher afirmou não interferir no que os indivíduos fazem com o dinheiro após recebê-lo, apenas reforçou que faz os pagamentos de maneira individual a cada um dos competidores.
Brasileiros de bolso cheio
Esses valores, é claro, também pararam no bolso de organizações e jogadores do Brasil. No total, três times e 15 jogadores brasileiros disputaram o mundial em Paris.
O time que mais lucrou foi o Fluxo, que assegurou cerca de US$ 4,4 milhões (R$ 21,4 milhões) da cápsula Contenders, a mais lucrativa do mundial, além dos US$ 250 mil (R$ 1,2 milhão) para cada jogador.
A paiN, na cápsula Challengers, arrecadou cerca de US$ 2,6 milhões (R$ 12,7 milhões), e US$ 200 mil (R$ 975 mil) para os jogadores. A FURIA, na cápsula Legends, faturou cerca de US$ 3,5 milhões (R$ 17,1 milhões) e US$ 200 mil (R$ 975 mil) para os atletas.
Para fontes ouvidas pela reportagem, esses valores são os responsáveis pelo aumento de organizações nacionais interessadas em entrar no Counter-Strike, e também do crescimento constante de valores nas transferências de jogadores.
Mais lucrativo de todos os tempos e expectativa alta
Nos bastidores, membros da indústria tratam o último Major de maneira quase unânime como o mais lucrativo de todos os tempos. Os valores superam e muito os distribuídos nos outros campeonatos e se intensificaram ainda mais por conta do Major ter sido o único de 2023.
Publicamente, a Valve só assumiu o quão rentável foi o mundial para os times em duas oportunidades. Em setembro de 2019, a publisher disse ter distribuído US$ 11 milhões (R$ 53,9 milhões) para times e jogadores. Em agosto de 2022, a Valve afirmou que havia distribuído cerca de US$ 70 milhões nos últimos 12 meses - período que englobou o PGL Major Stockholm e o PGL Major Antwerp.
A expectativa é que o PGL CS2 Major Copenhagen, o primeiro mundial de CS2, também seja muito lucrativo. A caminhada de milhares de times rumo ao mundial - e ao pote de ouro que lá se encontra -, começou na última segunda-feira.