Palco da Accor Arena durante o BLAST.tv Paris Major em 2023

Stickers do BLAST.tv Paris Major renderam mais de R$ 530 milhões; veja valores

Equipes chegaram a faturar até R$ 22 milhões, e jogadores até R$ 1,2 milhão

Fazer parte de um Major de Counter-Strike é um sonho para todas as organizações e jogadores, e quem conseguiu chegar ao BLAST.tv Paris Major não só cumpriu este objetivo, mas também encheu o bolso. Isso porque o 19º mundial da franquia, o último do CS:GO, rendeu valores que podem chegar às dezenas de milhões de reais para os times e ultrapassar o milhão para os jogadores, somando um total de mais de US$ 110 milhões (R$ 537 milhões).

De acordo com apuração da Dust2 Brasil e da HLTV com diversas fontes que disputaram o campeonato, o último Major de CS:GO rendeu valores de aproximadamente US$ 2,6 milhões (R$ 12,7 milhões) a US$ 4,5 milhões (R$ 22 milhões) para as organizações, e US$ 200 mil (R$ 975 mil) a US$ 250 mil (R$ 1,2 milhão) aos jogadores.

O valor varia da posição da cápsula em que cada um dos envolvidos esteve. Na venda de cosméticos, os times e jogadores foram divididos em três categorias, totalizando seis cápsulas de adesivos diferentes. Ainda houve uma cápsula extra, para os jogadores campeões, da qual a reportagem não conseguiu ter acesso a valores. Veja como ficou a divisão de maneira aproximada:

Times
Contenders: US$ 4,4 milhões (R$ 22 milhões)
Challengers: US$ 2,6 milhões (R$ 12,7 milhões)
Legends: US$ 3,5 milhões (R$ 17,1 milhões)

Jogadores
Contenders: US$ 250 mil (R$ 1,2 milhão)
Challengers: US$ 200 mil (R$ 975 mil)
Legends: US$ 200 mil (R$ 975 mil)
Champions: - (valor não confirmado)

A reportagem entrou em contato com a Valve e pediu um posicionamento oficial sobre os valores, mas a empresa não quis comentar. Organizações e jogadores assinam um termo de confidencialidade com a empresa e não podem divulgar publicamente os valores.

De onde vem o dinheiro

Esses valores vêm da venda das cápsulas fechadas no Mercado da Steam, que aconteceram entre os dias 4 de maio e 27 de setembro. Os itens foram comercializados no Brasil por R$ 4,99 no preço original e por R$ 1,29 a partir do fim de junho, quando entraram em promoção.

O valor total arrecadado por cada cápsula é dividido em 50% para a Valve e 50% para os times ou jogadores. A quantia é dividida de maneira igualitária entre os membros de cada cápsula (8 para times e 40 para jogadores), e não varia de acordo com a popularidade ou a raridade dos adesivos em transações posteriores entre usuários da Steam.

Palco do Challengers Stage do BLAST.tv Paris Major

Tanto times quanto jogadores conseguem acompanhar esses valores direto do Workshop da Steam O dinheiro é, posteriormente, enviado às contas dos indivíduos e das equipes.

A maneira com que esse dinheiro é distribuído vai variar de organização para organização. Há equipes que, por contrato, detém % de adesivos dos jogadores, e também que repassam parte do valor arrecadado para os jogadores.

A reportagem procurou a Valve para saber se a mesma proíbe os times de reivindicarem o dinheiro que é originalmente destinado aos jogadores, e a publisher afirmou não interferir no que os indivíduos fazem com o dinheiro após recebê-lo, apenas reforçou que faz os pagamentos de maneira individual a cada um dos competidores.

Brasileiros de bolso cheio

Esses valores, é claro, também pararam no bolso de organizações e jogadores do Brasil. No total, três times e 15 jogadores brasileiros disputaram o mundial em Paris.

O time que mais lucrou foi o Fluxo, que assegurou cerca de US$ 4,4 milhões (R$ 21,4 milhões) da cápsula Contenders, a mais lucrativa do mundial, além dos US$ 250 mil (R$ 1,2 milhão) para cada jogador.

Lucaozy e v$m, do Fluxo, durante o BLAST.tv Paris Major

A paiN, na cápsula Challengers, arrecadou cerca de US$ 2,6 milhões (R$ 12,7 milhões), e US$ 200 mil (R$ 975 mil) para os jogadores. A FURIA, na cápsula Legends, faturou cerca de US$ 3,5 milhões (R$ 17,1 milhões) e US$ 200 mil (R$ 975 mil) para os atletas.

Para fontes ouvidas pela reportagem, esses valores são os responsáveis pelo aumento de organizações nacionais interessadas em entrar no Counter-Strike, e também do crescimento constante de valores nas transferências de jogadores.

Mais lucrativo de todos os tempos e expectativa alta

Nos bastidores, membros da indústria tratam o último Major de maneira quase unânime como o mais lucrativo de todos os tempos. Os valores superam e muito os distribuídos nos outros campeonatos e se intensificaram ainda mais por conta do Major ter sido o único de 2023.

Publicamente, a Valve só assumiu o quão rentável foi o mundial para os times em duas oportunidades. Em setembro de 2019, a publisher disse ter distribuído US$ 11 milhões (R$ 53,9 milhões) para times e jogadores. Em agosto de 2022, a Valve afirmou que havia distribuído cerca de US$ 70 milhões nos últimos 12 meses - período que englobou o PGL Major Stockholm e o PGL Major Antwerp.

A expectativa é que o PGL CS2 Major Copenhagen, o primeiro mundial de CS2, também seja muito lucrativo. A caminhada de milhares de times rumo ao mundial - e ao pote de ouro que lá se encontra -, começou na última segunda-feira.

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