Da entrada do Fluxo à feito histórico da FURIA: o 2023 feminino brasileiro
O cenário feminino brasileiro é, de longe, o mais agitado do mundo. Neste ano tivemos entrada e saída de organizações, jogadoras tendo a oportunidade de morar fora e competir internacionalmente e até time chegando na Série A da Gamers Club.
A Dust2 Brasil separou cinco momentos que marcaram o ano do cenário feminino nacional em 2023.
Exportando talento
Após um 2022 de muito sucesso internacionalmente, com equipes indo competir fora do país e vices mundiais, o Brasil ficou sob o holofote e duas organizações internacionais decidiram importar talentos nacionais.
A primeira chance foi dada à Josiane "josi" Izidorio, que se transferiu do MIBR para a BIG EQUIPA e foi competir no cenário europeu por um semestre. A jogadora e o time chegaram a finais, mas sem títulos e também sem disputar LANs mundiais. A atleta retornou em agosto e atualmente joga pela W7M.
Olga Rodrigues foi outra jogadora que teve a oportunidade de morar e competir fora do país. Mas diferente de josi, a ex-FURIA foi para a Ásia defender a HSG em março. Por lá olga foi bicampeã da seletiva asiática para a ESL Impact League e também venceu o DouyuTV Take Aim! Goddess Season 4.
Idas e vindas
Não foram só as transferências internacionais que agitaram o cenário feminino neste ano. Organizações entraram e saíram durante o ano.
A primeira movimentação foi a saída da Black Dragons, em julho. A organização vinha investindo no cenário feminino desde 2019 e nesse período, além dos títulos, representou o Brasil internacionalmente, disputando os mundiais da ESL e sendo vice do GIRLGAMER Esports Festival neste ano.
Já o primeiro grande investimento no cenário feminino foi feito pelo Fluxo, que em agosto acertou com a line que vinha defendendo a B4. O sucesso foi instantâneo com títulos importantes, como o da Gamers Club Masters feminina, playoffs em edições do circuito Impact League e indicação ao prêmio de melhor equipe feminina no HLTV Award Show.
Outra organização que entrou no cenário feminino neste ano foi a Atrix, criada pelo pai de Gabriela "bokor" Bokor e que contratou a line da filha em novembro.
Fim da sequência positiva
A FURIA foi a melhor equipe brasileira em 2022, não só por conta dos títulos nacionais, mas principalmente por ter disputado, em sequência, três finais da ESL Impact. Mas o 2023 da equipe foi um tanto diferente por não ter disputado mais decisões e, sobretudo, por ter ficado de fora de uma edição do mundial.
A sequência positiva foi interrompida no início do ano, quando as Panteras não conseguiram se classificar para a etapa final da ESL Impact League Season 3. No confronto classificatório sul-americano o time caiu para a Black Dragons após derrota por 2 a 0.
Após o fiasco a equipe se recompôs e conseguiu se classificar para as finais da ESL Impact League Season 4. Porém, no último mundial do ano o time não fez boa campanha e, pela primeira vez, foi eliminado na fase de grupos.
Entrando para a história
Se internacionalmente a FURIA não foi bem, nacionalmente continuou entre as melhores. Além das conquistas na BGS Esports e da Gamers Club Masters o time fez história ao se tornar o primeiro feminino a chegar na Série A da Gamers Club.
O feito foi realizado em agosto, quando a equipe foi vice-campeã da edição mensal da Série B, se classificando assim para a Série A de setembro. Contudo, o time não fez boa campanha, foi eliminada ainda na fase de grupos e voltou para a 2ª divisão.
Baixo desempenho internacional
Se em 2022 o Brasil foi a segunda melhor região do mundo no feminino por conta das três finais seguidas da FURIA no circuito da ESL, o mesmo não aconteceu neste ano.
O país seguiu realizando boas campanhas, mas disputou apenas uma final internacional, o do GIRLGAMER Esports Festival, no qual a Black Dragons foi vice para a Nigma Galaxy. Já no ESL Impact os times brasileiros não passaram das semifinais.