FalleN na BLAST Premier Spring Final 2023

FalleN sobre futuro: "Minha vida não existe sem CS"

Capitão da Imperial disse que time ainda pode permanecer junto e refletiu sobre derrota para Heroic e continuidade da carreira

Para Gabriel "FalleN" Toledo o futuro ainda não está decidido. Após a derrota para a Heroic, o jogador da Imeprial afirmou que ainda existe a possibilidade de continuar com a sua equipe e que espera decidir seu futuro nas próximas semanas.

"Temos o player break vindo agora, não dá para deixar nenhuma decisão muito para o final. Acredito que nas próximas semanas já gostaria de ter uma ideia do que vou fazer", disse o jogador em entrevista à Dust2 Brasil.

"Muitas outras coisas mais na parte de negócios, a Imperial está se organizando para ver se conseguimos fazer alguma coisa no segundo semestre, existem conversas com outras organizações. Para mim agora é o momento de entender tudo que está na mesa, tudo que tenho disponível e tentar encontrar o que eu acho que vai me fazer mais feliz e me completar mais", completou.

O jogador disse ainda que não sabe se vai continuar jogando com o CS2, e que o momento é de priorizar sua família.

"Alguns meses atrás eu estava pensando se eu realmente queria encarar mais uma versão do jogo, se eu não aproveitava essa virada para não jogar. O jogo sempre foi prioridade número um na minha vida, desde que eu era um garoto. Sempre ficou acima de muitas coisas na minha vida, formatura de familiar, casamento de amigos, muitas vezes coisas de relacionamento e pela primeira vez eu quero dar prioridade para minha família. Obviamente se for possível jogar enquanto mantenho eles como prioridade melhor ainda, mas se não for possível isso vou fazer outras coisas", afirmou o jogador.

Mesmo que pare de jogar, FalleN quer continuar envolvido com o CS. O awper disse que tem planos para ajudar outras pessoas no cenário.

"Tem muitas coisas que quero fazer no cenário ainda, acho que existem muitas maneiras que posso ajudar a mudar a vida de outras pessoas. O CS já mudou minha vida, minha vida não existe sem CS e eu acho que coisas que posso fazer no futuro podem fazer com que outras pessoas também tenham suas vidas impactadas positivamente pelo CS".

O Professor também disse que para continuar jogando precisa achar um grupo de jogadores que estejam no mesmo momento da vida que ele, para que as coisas possam dar certo.

"Para mim, o momento é de colocar minha família em primeiro lugar e tentar entender como ser um jogador profissional nesse cenário. Se existir um cenário e eu encontrar pessoas que queiram viver isso comigo, porque é muito difícil eu entrar num time com quatro garotos de 16 anos que querem ficar em gaming house o dia inteiro e eu ser o único que fica indo para casa. Preciso achar o grupo certo, que está vivendo o mesmo momento na vida e acredita nas mesmas coisas que você para dar esse match", afirmou.

Judiação

A Imperial perdeu para a Heroic por 2 a 1 na semifinal da BLAST Premier Spring Final. Os brasileiros escolheram jogar Overpass, mas acabaram perdendo esse mapa.

"Eles (a Heroic) também jogam bem esse mapa, quando deixaram a Overpass aberta eles tinham certeza de que iríamos escolher esse mapa então fizeram uma preparação. Foi um jogo que na minha opinião não foi decidido pela preparação, fizemos uma boa partida mas foram coisas do jogo mesmo, alguns momentos cruciais que foram para o lado deles, algumas escolhas que podem ter parecido meio ruins mas fazem parte do jogo", disse.

No segundo mapa da série a Imperial conseguiu um comeback histórico para vencer o mapa do seu adversário.

"Foi muito legal jogar a Inferno, de CT fizemos um bom half, tivemos ideias diferentes de como abordar a defesa, que chegamos até a criar antes da partida pensando em coisas que poderiam dar uma cara diferente para a defesa. As coisas estavam dando certo, as performances estavam boas, VINI e boltz fizeram um grande jogo na B. Teve aquele round mágico do VINI também com quase um ninja defuse matando os adversários e guardando arma, isso finalizou a partida para gente. "

No mapa decisivo da partida quando o primeiro half acabou parecia que não teria volta para a Imperial, que perdia por 11-4, mas a equipe conseguiu levar o jogo para o OT, onde não conseguiu vencer e acabou perdendo.

"O terceiro mapa foi uma judiação não ter conseguido finalizar a virada. Foi decidido novamente nos detalhes, acabei perdendo um 2x1 junto com o JOTA contra o cadiaN, era um round super importante para ganhar o game. Quando o jogo vai com tantos rounds muitos deles fazem a diferença mas vão ficar marcados aqueles rounds que sabemos que vacilamos. Foi um grande jogo, fiquei muito feliz dos meus companheiros de times terem conseguido dar um step up nessa Nuke principalmente, onde diferente dos demais eu acho que consegui pegar apenas um frag de TR que fez algum sentido", afirmou.

"Foi um jogo muito gelado para mim e o time de CT fez alguns ajustes de última hora e encontramos o setup que poderia trazer a virada. Foi muito legal todo mundo dando ideias diferentes de como abordar esse comeback e é muito bom ver que ninguém desistiu. Uma partida que estava 15-7, poderia ser fim de jogo, mas continuamos acreditando até o final", contou o jogador.

O sentimento de que poderiam ter vencido por 2 a 0 ficou com FalleN.

"Essa série poderia ter sido 2 a 0, estávamos muito preparados para esse primeiro mapa. A Overpass é nosso melhor mapa e tínhamos como vencer, alguns rounds não vieram para o nosso lado mas foi bacana. Perder dessa maneira não me incomoda tanto como perder de outras maneiras que já perdemos no passado. Ver o time jogando bem assim, ver o time performando e tendo um jogo bom desse contra provavelmente o melhor time do mundo deixa todos muito orgulhosos", disse.

Mesmo com a derrota, FalleN disse estar feliz com o resultado da sua equipe no campeonato.

"Mesmo não tendo ganho, fica uma vitória pelo momento que o time vive, as chaves que acabaram virando internamente dentro dos jogadores e como equipe mesmo para ver o potencial que podemos jogar, ver a maneira que podemos lidar com a preparação. Muitas chaves viraram e acho que agora vamos sentar para decidir o que queremos fazer no futuro. Ainda existe uma opção de continuarmos juntos, ninguém saiu do time ainda. Embora existam propostas para mim e para outros jogadores do time se for da vontade de todos quem sabe. Agora com essa virada vindo com o CS2 precisamos nos organizar e pensar nos próximos passos", afirmou.

Sobre a boa performance do time, FalleN não acha que foi apenas não ter a pressão de ser a melhor equipe que os ajudou.

"Isso ajuda, mas não foi esse o ponto principal, já vemos sendo o time não favorito há muitos anos e não estávamos jogando assim".

Depois do jogo, o veterano foi ovacionado pela plateia que estava na Entertainment & Sports Arena.

"Foi muito legal, tem vários brasileiros aqui que vimos que vieram para Washington assistir, os americanos também estão dando o suporte. Essa história entre Brasil e Estados Unidos já é longa, viemos para cá em 2015 jogar os primeiros torneios e desde então sempre que não é um time americano jogando eles são muito companheiros com os brasileiros e estão sempre torcendo. Foi muito legal ver a arena torcendo por nós, gritando nossos nomes. No CS não tem descrição e sentimento melhor que esse, jogar em frente da torcida é muito especial", finalizou.

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