Imperial precisará se superar para ir ao major, diz FalleN
O PGL Major Antwerp vai ter um gostinho especial para Gabriel "FalleN" Toledo. A competição, que começa em maio, vai ser a 13° participação seguida do awper em mundiais, além de marcar o reencontro do trio bicampeão em majors.
"Participar do 13° major seguido é muito bacana. Pessoalmente falando, é uma conquista porque desde que eu comecei a jogar os majors, não faltei em nenhum deles. É sempre uma emoção muito grande jogar um major, é um evento que para toda a comunidade de CS, que traz as lembranças dentro do jogo como os stickers então é um evento de muita realização para todo jogador. Obviamente que hoje, no meu 13° major, não tenho a mesma sensação de quando foi a primeira vez que entrei, mas de qualquer maneira, por eu estar no projeto, revivendo o game com grandes amigos, pessoas que escolhi a dedo para estarem juntas, faz com que esse major tenha um valor simbólico muito maior para mim do que outros que já disputei", comentou FalleN em entrevista à Dust2 Brasil.
Desde a ESL One Cologne 2016, quando a SK conquistou o bicampeonato de majors para o Brasil, FalleN não disputa um mundial ao lado de Fernando "fer" e Lincoln "fnx". O capitão não esconde o prazer em voltar a formar o trio que fez parte do elenco vitorioso.
"Jogar com fer e fnx é sensacional. Gostamos muito de jogar juntos, estamos nos divertindo para caramba nesse processo. Com a chance de jogar um major, agora vamos ficar com o gostinho de tentar chegar nos playoffs para jogar no estádio, com público assistindo. Esse é o grande objetivo para a gente na primeira caminhada no major. Vamos fazer de tudo que pudermos aqui no bootcamp e tentar se preparar o máximo possível para dar nosso melhor para que isso aconteça, porque vai ser muito bacana caso a gente consiga jogar na frente do público e ter esse gostinho de olhar pro lado e saber que está disputando mais um major. Não tem preço isso", continuou.
Inicialmente, a Imperial não focava em participar do PGL Major Antwerp, já que o plano da equipe era evoluir para chegar no próximo major, "que talvez seja no Brasil pelo que a gente escuta falar". Porém, com boa performance em pouco tempo de time, o quinteto capitaneado por FalleN conseguiu a vaga para o mundial da Bélgica.
Agora, o desejo da equipe é ter uma boa campanha no Challengers Stage e conquistar a classificação para o Legends Stage. No entanto, FalleN sabe que ir à próxima fase do major não será fácil, mas nada impossível.
"Acredito que a gente tenha chances sim de classificar, porém será necessário uma superação, fazer um bom campeonato. Teremos que aparecer bem em momentos cruciais, fazer boas partidas. A gente vem treinando com bastantes equipes na Europa, alguns resultados são bons, outros ruins, alguns são muito satisfatórios. Treino é só treino. A gente teve alguns jogos legais contra o tier 2 europeu, inclusive vencemos um torneio na Europa, então isso é um bom sinal".
"O CS está tão equilibrado, o que de certo modo é bom ao nosso favor porque não somos favoritos, mas é tão equilíbrio nos jogos, as coisas podem tanto ir para um lado e pro outro, todo mundo está jogando tão bem o básico do game que eu vejo que qualquer time pode passar. Nenhum dos 16 times não têm chance de passar. Vai depender de quem vai aparecer melhor, estar mais preparado e jogar melhor quando realmente importar", opinou.
A campanha da Imperial rumo ao Legends Stage começa no dia 9 de maio contra a Spirit em um confronto MD1. Para FalleN, a equipe russa é a favorita para vencer o duelo.
"É um time em reformulação, que treina na Europa o tempo todo e vem fazendo bons jogos. Vai ser um jogo de igual para igual, acredito que as duas equipes não vivem grandes momentos no cenário mundial, mas são perigosas. Vejo tanto a Spirit quanto a Imperial tirando mapa de qualquer time top que está buscando a vaga no Legends, e o jogo entre nós certamente vai ser muito disputado. Estou ansioso para essa partida, ainda não começamos as preparações específicas para um oponente, estamos focados em melhorar como um todo porque o qualificatório é longo".
Além da classificação para o major, a Imperial também conquistou a vaga na IEM Dallas 2022 ao derrotar o MIBR por 2 a 1 na partida decisiva. FalleN celebrou as conquistas da equipe, mas lembra que a Imperial está passando por um longo processo para se fortalecer como time.
"Os resultados que estamos tendo de maneira rápida e veloz mostra que a gente tem bastante capacidade técnica dentro do time, mostra que estamos sabendo como enxergar o jogo, mesmo que ainda de maneira inicial. Evidencia que estamos na direção certa, porque não é fácil chegar aqui e ter os resultados que já tivemos com pouco tempo de time. Porém, ao mesmo tempo, temos noção que o começo foi muito satisfatório, mas a caminhada é longa. Não vamos deixar os bois passarem na frente da carruagem. Vamos continuar trabalhando, bastante humildes, e entendendo que é um processo para se tornar uma grande equipe. Temos que passar por muita coisa e a gente está disposto a enfrentar tudo que precisar para conseguir se tornar um grande time de novo".
Durante este processo, a Imperial tem uma grande aliada: a torcida. A equipe teve três dos cinco confrontos mais assistidos no RMR americano. O duelo contra o MIBR foi o de maior audiência da seletiva, com um pico de 240 mil espectadores. FalleN não se surpreende com os números e acredita que os dados poderiam ser ainda maiores.
O apoio da torcida sempre está presente nos jogos do nosso time, isso desde a época da Luminosity. Os brasileiros são muito apaixonados, acredito que com o fato do Gaules ter começado esse fenômeno nas lives dele fez com que o CS tenha ficado ainda mais popular, com mais gente acompanhando, até aqueles que não são muito hardcore no jogo passam a acompanhar pelo ambiente descontraído, pelo ambiente divertido de ver os games. E estão se interessando e se apaixonando pelo jogo cada vez mais, isso é muito bacana. Jogamos em torno das 6 e 7 horas da manhã todas as vezes, acredito que os números poderiam ter sido ainda maiores.
"Não me impressiono mais porque eu já estou acostumado com o brasileiro, que é realmente apaixonado no CS:GO, gosta de seguir essa história da Imperial, gostar de seguir a história dos brasileiros, então assim, dá pra claramente perceber que no planeta existe o CS:GO mundial e existe o CS:GO brasileiro. A gente está praticamente destoando das outras regiões com a quantidade de interesse pelo game, pela quantidade de horas assistidas, pela quantidade de engajamento que as equipes estão tendo durante as competições. Então, só parabenizo o público brasileiro, parabenizo os envolvidos, tem mais gente trabalhando nas transmissões. A gente vê a turma do Gaules, tem o mch, o Apoka, o liminha, bt, esses caras estão fazendo um trabalho bem divertido, fazendo bastante conteúdo, criando muita coisa que está engajando o pessoal. E parabenizar o pessoal da Imperial pela interação com a galera e pelos vlogs que estão deixando o pessoal bem próximo da equipe".
Em bootcamp na Polônia, a Imperial não está completa. Por problemas de saúde, Luis "peacemaker" Tadeu não viajou junto com a equipe durante esse período de treino. Outra situação que assola o treinador é a acusação de que peacemaker tenha utilizado o "bug do coach" em 2018, quando treinava a Heroic.
FalleN, que já havia falado em stream que está no aguardo de uma posição oficial da Esports Integrity Comission (ESIC), comentou a acusação sobre peacemaker e lembrou da punição ao Ricardo "dead" Sinigaglia - treinador do MIBR que sofreu a punição em 2020 por utilizar do mesmo bug.
"O recebimento dessa informação é igual ao recebimento da outra informação, quando aconteceu com a gente ainda no MIBR com o dead. Aquela vez foi até um pouco mais cruel porque literalmente só foi noticiado que tinha acontecido alguma coisa com o dead, quando na verdade tínhamos vários e vários coachs que acabaram encontrando esse bug e agindo de maneiras distintas. Dessa vez, parece que é semelhante. Tivemos mais ou há boatos de mais dezenas de coachs que vão participar desse processo, que tiveram algum problema ou contato com o bug, e de novo a única coisa que vaza é do peacemaker. Então é muito cedo para a gente falar, tem muita gente que se deparou com esse bug, o que é fato e que todo mundo sabe é que esse bug, que é culpa da Valve no fim das contas, acabou colocando os coachs em situação um pouco delicada. Vamos ver o que vai rolar, aguardamos mais informações dessa nova leva de bans ou de notificações que vem por aí, vai saber o que vem. Não sou a pessoa que pode falar sobre isso", declarou.
Enquanto aguarda a decisão dos órgãos responsáveis em relação a uma possível punição, a Imperial vai focar nos seus compromissos dentro dos servidores. A equipe disputa o Challengers Stage entre os dias 9 e 12 de maio em Antuérpia, na Bélgica.
Serão 16 times na disputa por 8 vagas no Legends Stage. Além da Imperial, o MIBR também está na briga pela classificação à fase seguinte. A FURIA, por outro lado, já está garantida no Legends Stage.